Asas em Chamas, Olhos de um Demônio [Yasaru & Conde]

Mensagens : 14 Data de inscrição : 09/01/2010

A lua era uma coroa de glória por sobre as lápides grafite.
Sombras refletidas no chão batido de relva enegrescida daquele cemitério, a chuva caindo como lágrimas lentas escorrendo pelas pedras, chorando por aqueles que se foram, sobre a memória de tudo o que passou.
O vento uivava, assobiando, cantando uma canção para os mortos.

A pequena igrejinha abandonada havia tornado-se apenas um local para um ou outro mendigo adormecer.
Ultimamente nem isso. Era apenas um vulto de uma fé que havia sido enterrada junto com os corpos ali.

Era curioso ter uma igreja católica ali, em plena Yokoyama, numa colônia essencialmente budista.
Mas ninguém ousava contestar - tratavam-na com um respeito sobrenatural.

Os portões rangendo, enferrujados, tinham a frase: "Que anjos tenham vossas almas", em inglês.
Não havia aparentemente ninguém ali.
Apenas alguma alma, talvez.

Admin Mensagens : 51 Data de inscrição : 01/01/2010

Spoiler:

Com o silêncio abalado apenas pelos ventos de tal noite, as sombras das nuvens refletiam a luz da Lua, que era um véu branco sob as lápides diante da leve chuva que lavava as almas daquele santuário dos mortos.

Dentre as gotas caminha, em seus trajes escuros e com a chuva caindo sobre seus cabelos vastos, cujas sombras escondem o semblante do rosto do rapaz, que, de cabeça baixa, atravessa o cemitério vagando a passos lentos e vagos, como que em silêncio, orando pelas almas perdidas que ainda restavam naquele lugar, uma figura que assemelhava-se às sombras em presença do cemitério, uma alma vagante.

É chegado o momento de sua parada, frente à antiga e abandonada igreja, a qual vazia de corpos e almas, guardava consigo o som dos ventos e dos pingos leves de chuva caindo ao chão e aos ombros do rapaz.

Estendendo a cabeça, olha aos céus como que procurando alguém nele, e recolhendo-o devolta para baixo, fechando os olhos, como se acabasse de se despedir de suas lembranças.

Mensagens : 14 Data de inscrição : 09/01/2010

Um susurro na escuridão.
Não há como saber o que fala, é apenas um sussurro initeligível levado pelo vento.
A luz majestosa do luar pareceu estremecer, tomada de medo.
Empalidecia-se como uma criancinha assustada pelos vultos montruosos que se projetam nas paredes geladas.

Sobre os túmulos, as poucas velas que resistiam acesas ás frias gotinhas de chuva apagam-se de súbito:A luz do caminho dos mortos era engulfada por uma força escura.

Trevas.

Eram facilmente perceptíveis, quase palpáveis, como a presença de um demônio.
A sombra da cruz da igreja, que se projetava longamente por cima de Yasaru muda de forma.
Se tranforma em uma silhueta quase disforme.

As mãos grandes e roliças se aferravam-se á cruz de pedra, como se ele fosse uma espécie de gárgula. As pontas do sobretudo caramelo voavam ao vento, aparentando serem asas de morcego ao longe.

As únicas coisas iluminadas naquele ser feito das mais profundas trevas eram seus olhos, amarelos, brilhantes como chamas, e seu sorriso, fixo, deformado, de dentes afiados, que refletiam a luz das estrelas.

Aqueles olhos, por trás das lentes dos óculos, fitavam o samurai, quase o atravessando.
Uma voz pastosa e arrastada fala, em um tom que não podia se saber se era divertido ou somente sarcástico:

- Veio rezar por sua alma perdida, General?

Admin Mensagens : 51 Data de inscrição : 01/01/2010

Virando-se com um olhar penetrande e preenchido por ódio, dentes serrados e forçando-se uns contra os outros, os punhos apertados e os ombros tensos, as palavras lançadas como tiros como um anjo divino que desafia lúcifer diretamente.

- Rezo pelas almas que você tirou, Conde!

Sua última palavra ecoa como um estrondo, repetindo-se cada vez mais distante e fraca, mesmo sob a chuva, os olhos estão acesos como chamas, o espírito queima arduamente, o Anjo Negro diante do Lorde das Trevas.

Os ventos ecoam mais fortes, parecem gritar em temor do atrito das duas criaturas que estavam então diante uma da outra. A Lua esconde-se atrás das nuvens, que aos poucos cessam suas gotas enquanto espalham-se e dissipam-se no ar.

Os pequenos seres afugentam-se rumo a suas tocas e logo mais as almas calam-se em conjunto com o vendo, tudo e todos perdem-se diante de tal evento há muito esperado por ambas as partes.

Mensagens : 14 Data de inscrição : 09/01/2010

Os olhos cintilantes visivelmente apertam-se em um rostinho divertido.
Ele cacareja uma risadinha, uma risada baixa e discreta, mas que facilmente teria sido retratada como o som de um pesadelo. Um pesadelo do qual não se poderia acordar.

O Conde do Milênio pende o rosto de lado com uma incoerente delicadeza, levando o dedo indicador até o lábio inferior:

- Eu tirei?

O braço erguido, um guarda chuva se abre. Sua cor contrasta com todo o ambiente, sendo de um rosa pastel. Na ponta de um dos pés, ele rodopia lentamente uma vez, fazendo uma volta completa sobre o próprio eixo de seu corpo.

- Ora, ora, eu apenas realizei os desejos daquelas pobres almas fracas e inúteis

O homem, o ser, ou o demônio levanta vôo.
A relva farfalha com o decolar, bem como os cabelos vastos do General exorcista.
Pousa sobre a ponta do mesmo pé. Apesar do corpo grande, de estatura inacreditável, ele permanece se equilibrando graciosamente sobre uma lápide.

- Me chateia ver como vocês recusam-se a enxergar a verdade, ex-or-cis-tas

Admin Mensagens : 51 Data de inscrição : 01/01/2010

Yasaru põe a mão sobre o rosto enquanto seus cabelos azulados balançam aos movimentos do Conde. Com a chegada ao solo e suas últimas palavras, o General deixa seus olhos mais sonsos enquanto com um sorriso cínico e sarcástico ao rosto, replica o comentário do Conde.

- Quando vai deixar de tratar vidas humanas como brinquedos?

Baixando o rosto negando suas próprias palavras e olhando para as lápides de forma vazia, sem sorriso algum, acrescenta.

- Você não é nada além de um Homem sínico que brinca com o poder.. apenas diga Conde, qual o motivo de tudo isso?

Diz enquanto lentamente, com olhar determinado mas ainda sujo pela vingança, finta os olhos amarelados do ser de aparência rústica e assustadora, sua expressão emana confiança, seu espírito está certo do que faz.

Mensagens : 14 Data de inscrição : 09/01/2010

-Você fala como se a Ordem Negra também não o fizesse

O vento uiva mais uma vez, como se implorando, a cada palavra do Conde, que este desaparecesse, parasse de assombrar os corações angustiados dos seres da escuridão. Luz e escuridão o temiam, encolhendo-se aos seus cantos.

O Conde fecha o guarda-chuva, cuja ponta, um golem em forma de abóbora resmunga algo initeligível, o rostinho tenso, também temendo as palavras e atitudes do "vilão". Ele põe as mãos para trás. Seu rosto é sereno e plácido, músculos da face quase imóveis enquanto fala.

- O Vaticano têm brincado, e sempre brincou com vidas desde o início dos milênios. "Inocência", eles dizem, o "dom de Deus para os exorcistas". Falar que algo que serve completamente os interesses da Ordem seja algo "vindo de Deus"? Hah! E enquanto isso, eles aproveitam-se da miséria...da fraqueza de pessoas como você. E então, as vendam. As submetem, manipulando-as como brinquedos, fazendo-as acreditarem que aquela "verdade" é o único propósito de suas vidas. E vocês exorcistas, seguem este propósito, e não por que querem...mas por que não tem escolha. Pois a Inocência, a Ordem, as implicações disto em suas vidas, são irreversíveis. Eu estou falando alguma mentira, Yasa-pon?

Se cala por alguns instantes.
O silêncio é tanto naquele momento que parecia que o mundo inteiro havia se calado. O leve crepitar da grama embaixo dos pés do exorcista era um som significativo.

O Conde desce da lápide em passos lentos, se desequilibrando um tanto ao descer, os sapatos de pontinhas retorcidas extremamente envernizados refletindo o pouco de luz que ainda havia no local. Aproxima-se alguns passos do General exorcista, não fazendo menção alguma, porém, de atacá-lo ou algo parecido. Apenas parecia querer se fazer mais visível.
Ainda assim, sua presença era perturbadora.

Abaixa o rosto, arregalando os olhos chamejantes, desta vez olhando diretamente nos olhos rajados do rapaz.

- Para vocês, eu estou apenas criando monstros. Para mim, eu estou seguindo o propósito divino.

Aperta os olhos divertidamente, algumas ruguinhas aparecendo no canto dos olhos e no nariz de cor acizentada-mórbida.

- Para a Ordem, vocês estão seguindo o propósito divino. Para mim - e para o mundo - a Ordem está apenas criando monstros.

Com uma das mãos, ele começa a girar divertidamente o guarda-chuva, como um líder de desfile faz com o seu bastão, e cantarola as palavras que pareceriam malditas nos ouvidos de qualquer exorcista:

- Então, por que me pergunta o porquê de tudo isso, Yasa-pon, se vocês são simplesmente iguais a mim? Monstros. Cínicos. Que se aproveitam do poder?

Admin Mensagens : 51 Data de inscrição : 01/01/2010

O sorriso de Yasaru retorna e estende-se a cada palavra, estava tenso e trêmulo, não de medo, e sim de ansiedade, olhava com os olhos sonsos o grande demônio ou seja lá o que ele era. Sua expressão torna-se aos poucos sínica e arrogante, como que aderindo todas aquelas palavras a si mesmo, ao chegar da última frase, baixa a cabeça com risos macabros de tom insano, colocando a mão sobre a cabeça e arrastando-a pelo rosto enquanto ergue-o olhando para o conde, portado do seu maldito e falso sorriso.

- Eu concordo com tudo que disse caro conde.. só não entendo sua resistência a sete milênios.. se sempre é vencido por nós, novamente, e novamente.. somos todos monstros, mas aquele que fingimos servir é mais poderoso que você.. e sem pensar duas vezes, ele entrega-nos o seu poder para destruirmos aquilo que estiver em nosso caminho...

Olhando para os céus, a Lua não podia mais esconder-se, as nuvens já haviam fugido, os ventos ajudavam-nas em sua fuga, os espíritos riam através dele, divertindo-se com aquele dois sorrisos assustadores e odiáveis. Retornando seu olhar ao conde, o General conclui seu pensamento, olhos tornam-se novamente sérios e diretos, o sorriso desaparece mais uma vez, suas palavras são ditas em voz alta.

- Mas.. uma coisa você errou Conde... Eles nos controlam, eles nos manipulam, eles fazem de tudo para sermos seus seguidores leias.. Mas eu me recuso a ser um escravo deles. O único motivo pelo qual estou na Ordem, é me vingar de você! Conde do Milênio!

Mensagens : 14 Data de inscrição : 09/01/2010

Um raio negro atravessa a palidez da lua branca.
Um trovejar que parecia as palavras de um leão, cessando as risadas dos espíritos feitos de trevas e luz como um rei negro e tirano.

A iluminação fátua refletiu-se no Conde do milênio, obscurecendo sua silhueta, e em destaque estavam apenas seus olhos, cínicos, escarninhos.
Ele bate palminhas, agitando-se de um lado para o outro em um movimento contínuo, parecendo a imagem pervertida de uma criança alegre. Mais risadas, que agora soavam como o eco dos sonhos negros de todas as pessoas da terra.

- Ódio, Yasa-pon?

O Conde parecia assistir áquilo tudo com prazer.
Seus olhos brilhavam como os olhos de uma criança se entretendo com um espetáculo de circo.

- Por mais que fale que não é um escravo, você é. Sua mente é escrava. Escravo o suficiente para não perceber que, o que fez sua vida tão desprezível e imunda não foram meus akumas, não fui eu, e sim este "poder". O que te tornou um assassino maldito pelas bocas dos homens foi a Inocência. E a sombra da Ordem, ela lhe acolheu, convenientemente embalando-o com os braços para protegê-lo de um mal que a própria criou.

Estende seu grande braço, pousando a mão livre sobre a cabeça de Yasaru, dando tapinhas reconfortantes no topo de sua cabeça e bagunçando seus cabelos. Sua mão é firme e pesada, como a de um pai. Naquele momento singular, parecia extremamente humano, mesmo com sua grotesca aparência. Não parecia temer sequer um pouco a insanidade que fluía como um mel negro, quase visível, dos olhos e da alma do General.

- Eu não tenho resistido. Eu tenho aguardado estes sete milênios. E no tempo certo, a inocência sucumbirá, como um dia sucumbiu há muitos séculos atrás. Este deus sujo decairá novamente na escuridão... As escamas de seus olhos irão despencar, exorcistas. E não vai restar...nada, Yasa-pon. Somente sua própria escuridão.

Retira a mão da cabeça do General, as pondo para trás novamente.

Admin Mensagens : 51 Data de inscrição : 01/01/2010

Os olhos recaem-se, Yasaru curva-se como se fora um espectro, seu sorriso diabólico ressurgia de forma grotesca e assustadora, que era aquilo? Um demônio? Ao menos seus olhos lembravam o de um, era então esse o despertar do espírito amaldiçoado do General, aquele que fora motivo de sua nomeação, o Anjo Negro, Kuroshi Ryuuro. Com um tom de voz alterado, dizia com resto de sua conciência.

- Não Conde.. não foi a "benção" que me tornou um "Battousai"... foi a "maldição"...

Os olhos malditos tomavam a forma de orbes amarelados, rodeados por um aro roxo, sua esclera completamente negra e suas pupilas retilineas. Sua face estende-se para cima com os braços abertos e fortemente contraídos, logo com um passo para trás, como se sua energia transbordasse, como se tivesse acabado de ser libertado do inferno, torna a olhar para o Conde.

- Olá meu querido Conde..

Uma voz calma e elegante, suave e ainda serena. A figura demoníaca guardada dentro de um exorcista, nada mais era do que um monstro disfarçado na pele de um humano, corrompido pela arrogância, insanidade e sinismo de tal raça.

- Se somente "nossa" escuridão restar Conde.. então o que será deles?

Estende o braço levemente como que mostrando as almas adormecidas no cemitério.

Mensagens : 14 Data de inscrição : 09/01/2010

- Você tem lindos olhos, Ryuu-pon.

O guarda-chuva se abre novamente.
O Conde o empunha como uma adaga aos céus.
Um ronco abafado do que pareciam ser turbinas começa a quebrar o silêncio dos mortos.

Um pequenino tremor. Lápides caem, alguns túmulos começam a se rachar.
Do chão, brotando como grandes bulbos do inferno, uma certa quantidade de akumas nível 1 se erguem, esferas demoníacas de rostos pertubantes. Não armam seus canhões, antes flutuando em direção ao Conde como cães obedientes e leais.

- Eu irei lhe mostrar o que será deles, caro anjo negro

O Conde pisa sobre um deles, e o seguinte se arma como um degrau. Em pouco tempo, formou-se uma espécie de escadaria de Akumas que subia a uma altura significativa, que dava uma ilusão de ótica que subia até a Lua. Ainda sobre o primeiro "degrau", o Conde estende sua longa e grande mão para Kuroshi Ryuuro, o convidando para subir aquela escada em espiral banhada pelos raios lunares.

- Não tema. Se eu quisesse lhe matar, por decerto estaria já morto.

Admin Mensagens : 51 Data de inscrição : 01/01/2010

A luz iluminava os olhos do battousai, os ventos pareciam girar ao seu redor, elevando poeira e cinzas, a atmosfera de tal encontro era incomparavelmente arrasadora e horrorizante, as feições faciais de ambos por mais diferentes que fossem (bruscamente até), tinham o mesmo efeito aos seres e alma que os enchergavam.

O demônio salta retilineamente como se levitasse, segurando a mão do Conde e chegando ao topo de um de seus "cães" de estimação, não pareciam inimigos agindo sinicamente um com o outro (por mais que fosse a realidade), eram como pai e filho reencontrando-se depois de anos.

- Que deseja me mostrar com isso Conde?

Mensagens : 14 Data de inscrição : 09/01/2010

O Conde segura firmemente a mão do demônio.
Em um tranco súbito, ele começa a saltar de Akuma em Akuma, subindo progressivamente a escada, arrastando o rapaz consigo. Sua mão livre agitava alegremente o golem no ar, e ele cantarolava algo.
Seus pés eram leves, pareciam flutuar, como se estivesse caminhando sobre as costas dos arcanjos invisíveis, e sua velocidade era impressionante para alguém que detinha um corpo tão grande.

No topo das escadarias em espiral enfim, sobre o último Akuma, estavam á uma altura elevadíssima. O cemitério era apenas um quadradinho distante - estavam próximos das nuvens. O pequenino vilarejo de Yokoyama era impeceptível - a única coisa visível era uma escuridão tão densa e intransnponível, cor-de-breu. O frio lá em cima era tumular, era espalhado por uma ventania lenta e mórbida, que parecia lamber a espinha do demônio, do General Exorcista.

O Conde solta o guarda-chuva no ar, e ele apenas permanece flutuando. Abre os braços, demonstrando o manto escuro e o vazio sobre o horizonte, e cantarola:

- Este é o destino deste mundo. Um novo Gênese, trazido do sacrifício da imundície desse planeta. A eliminação de tudo o que foi criado, da morte criará-se a vida. E quanto a eles, você me pergunta...♪ ♪

Senta-se sobre o Akuma, olhando fixamente para o rapaz. Ele dá dois tapinhas sobre a carapaça rígida do ser em que estava sentado. Uma explosão é ouvida ao longe enqaunto ele fala.

- Terão o mesmo destino de toda a ovelha imunda que estiver em meu caminho. Cairão na escuridão do nada, almas sem repouso que encontrarão na aniquilação seu descanso

As explosões parecem se aproximar.
Agora, um clarão era visível. A "escada" começava a explodir, degrau por degrau, em uma velocidade incrível. O Conde fala, uma voz interrogativa e rígida, como a de um juiz ou um deus da morte.

- Você é amaldiçoado. Um ser imundo, como um Akuma. Mas não está entre luz e trevas - está prensado entre duas escuridões intensas, nas quais terá que tatear seu caminho, ou deixar-se levar para o abismo. Por isso, Ryuu-pon, faça a sua escolha, qual dos dois caminhos seguirá, sabendo que tudo perecerá no ato final deste número. Ninguém será salvo

Sem aviso, ele se põe de pé, tirando a cartola da cabeça em cumprimento ao demônio - por alguns segundos, poderia se jurar que haviam chifres por baixo desta. Salta do Akuma em um movimento rápido como o de um gato, que simplesmente explode.

Admin Mensagens : 51 Data de inscrição : 01/01/2010

A cada degrau o sorriso estendia-se cada vez mais, soltando risos sínicos durante o discurso apocalíptico do Conde, Ryuuro divertia-se com os planejamentos que ele tinha para aquelas almas malditas criadas sem razão alguma, que não fosse tardar o inevitável, a destruição do mundo, a única diferença era por quais mãos isso seria feito e o quanto demoraria. Ouvindo cuidadosamente cada frase e atento às atrações vistas do topo, o demônio apenas lembrava a si mesmo o quão ridícula e fraca é a raça humana, mas era isso que o diverita, vê-los agonizar-se, debater-se e guerrear uns contra os outros pela sobrevivência.

- Irá fazer um novo dilúvio, Conde? Isso a muito me interessa, mas...

Erguendo uma das sobrance-lhas e antes mesmo da saída do palco feita, o demônio acrescenta uma conclusão à sua resposta, que mais parecia uma reflexão a respeito de tais ideias apresentadas pelo Conde. Em tom sarcástico e provocador, seu único objetivo era divertir-se enquanto i circo pegava fogo. Seus olhos infantis e felizes como num diálogo familiar entre pai e filho.

- Se eu mudar de lado agora, tudo terá sido em vão... espero que compreenda, querido Conde ^^...

Em seguida saltando simultâneamente ao lado oposto do Noé, desaparecendo enquanto caía no vácuo negro, sem últimas palavras, apenas irritantes risadas insanas e completamente sem nexo.

Mensagens : 14 Data de inscrição : 09/01/2010

O Conde flutua pela frente da Lua, uma mancha fantasmagórica corrompendo a imagem imaculada do astro branco, o guarda-chuva aberto enquanto o vendo sacudia lentamente suas vestes. Se movia como se estivesse correndo no ar, os pés tocando o nada. Entoa uma cançãozinha alegre.

- E Deus disse a Noé: "Então, lembrar-me-ei da minha aliança, firmada entre mim e vós e todos os seres viventes de toda carne; e as águas não mais se tornarão em dilúvio para destruir toda carne." ♪ ♪

Fecha o guarda chuva, deixando-se cair no ar, de costas, os braços abertos como se estivesse em vôo livre. Seus olhos por trás dos óculos estavam fechados. Ele continuava a cantar:

- "Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios♪ ♪"

Mergulha na escuridão, emergindo-se na escuridão.
Um pouco antes de se aproximar do solo, uma grande porta se materializa no ar, deitada, e abre-se. Uma luz violeta vindo do interior dela inunda o ambiente. O Conde cai diretamente dentro dela, sendo lentamente absorvido pela luz, seguido por seu golem. Ele acena para o nada, alegremente rindo, se referindo ás duas personalidades de Yasaru em sua despedida.

- Então, nos veremos de novo em breve. Sayonara, exor-cis-ta. Sayonara, akuma-pon

A porta se fecha de súbito e desaparece.
O cemitério crepitava em chamas. As explosão dos Akumashavia destruído tudo. As imagens de santos da pequena igreja, feitas em pedra sabão, escurecem e derretem-se lenta e agoniosamente.

O povo do vilarejo começava a se juntar, trazendo água para aplacar o fogo antes que se alastrasse pela cidadezinha.
Algumas pessoas choravam diante de tanta destruição.
Algumas lamentam pelos mortos que foram violados pelo fogo.
Seus espíritos jamais descansariam.