Senkai Gakure - Hidden World - RPG
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 Characters Extras (extras dos personagens)

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AutorMensagem
Maria Aditi Mittal
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Maria Aditi Mittal


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MensagemAssunto: Characters Extras (extras dos personagens)   Characters Extras (extras dos personagens) Icon_minitimeSáb Jan 09, 2010 10:57 pm

Um local para escrever histórias aparte sobre seu personagem, coisas nas quais outros personagens do forum não estejam envolvidos, coisas do passado deles e etc.
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Anabelle S. V. da Gama

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MensagemAssunto: Re: Characters Extras (extras dos personagens)   Characters Extras (extras dos personagens) Icon_minitimeTer Jan 12, 2010 12:55 am

A bala veio na direção dela.Aquele grupo de pessoas estranhas que havia passado em sua casa gritando para ela sair o caminho, mas era tarde demais.

Derrepente, ele se jogou na frente dela, corpo aberto para o impacto, e foi ao chão.Sangrando, ofegante, dolorido.Morrendo.

Uma daquelas coisas foi trazida abaixo, ela não ligava.Correu para junto dele, aqueles homens dizendo que não.Ela não liagava.

Lágrimas nos olhos, ele era lindo mesmo naquele fatídico momento.Como ela viveria agora? Gritou seu nome, mais lágrimas, sussurros do nome amado, faltava-lhe forças.

A mão dele lentamente se aroximou da dela, guiando os olhares.Ele disse suas palavras de calma e incentivo, como sempre fazia, e não faria mais.Ela não acreditava.Não podia.Não queria.Mas era real.

Ele falava, enquanto seu sangue jorrava e seus olhos se tornavam vazios.As palavras dele.Ele.Certamente assombrariam a mente dela até o fim de seus amargos e odiosos dias.Apartir de agora, era contagem regressiva.

Ele parou de falar, com um sorriso.Ela se aproximou mais, e ignorando os outros, e as manchas escuras que assombravam aquele corpo perfeito, ela o pos nos braços.Aninhando o corpo que esfriava, se balançando pra frente e pra trás.Ignorava as manchas que avançavam, e tomavam todo o corpo.Agora um cadaver.

Mais ao invés de sumir, como todos ao redor acreditavam ele abriu os olhos.Ela olhou, mas tudo que viu foi Marte e seu reflexo.Assutador, brutal.Rios de sangue descendo dos Planetas gêmeos.

'Foi sua culpa.' Ele dizia. 'Tudo sua culpa.' Repetia.E assim duas mãos, que pareciam garras, agarraram seu rosto, repetindo essas palavras.

Seus olhos haviam se arregalado de terror, e agora as lágrimas eram impulsionadas pelo medo.

As mãos a apertavam.Agora 'Venha conosco.' havia sido adicionado a suas frases.Ela conseguiu sair de entre aquelas mãos, puxando o corpo para trás.

Mais uma explosão ressou, assustada e com medo ela olhou para trás, procurando por alguém para ajuda-la, ela viu que todos, todos aqueles estranhos, estavam como ele.Indo se juntar a ele.Já juntos ao coro.

Mais uma voz se uniu ao coro macabro.Mas ela vinha de duas fontes.Ela olhou na direção, não era uma voz, eram duas, unidas.Quando olhou o que ela viu era estranho.Os rostos não eram identificáveis, eram apenas sombras, mas eram, com toda certeza, familiares.

Ela soltou um grito quando sentiu suas pernas serem puxadas.Se soltou, virando-se no chão, se arrastando para fugir.Mas voltou a ser puxada.

Mais um grito.Viu um rosto.Um rapaz.Seus olhos eram vermelhos mas não a assutavam.Não podia dizer o nome mas sabia, de forma estranha, sabia quem era.Gritava por ajuda, mas a imagem se desfez, como areia ao vento.

Gritou mais uma vez, se arrastando, cravando as unhas no chão, tentando se salvar, mas eles eram muito fortes.

Viu outro rosto, outra pessoa, como a primeira ela não sabia o nome, mas reconhecia.Gritou por ajuda, se puxava para frente, mas quanto mais tentava mais longe aquela pessoa parecia.

Aquela pessoa, aquela jovem, todo o vermelho que a rodeava, o nome parecia querer saltar de sua lingua mas ela nem sabia qual.

E continuava gritando por ajuda.

Mas quando achava que conseguiria dizer o nome, talvez sua salvação, sentiu um puxão nas suas pernas, involuntariamente olhou para trás, apenas para ver todo o horror, desespero, agonia e terror tomarem seu corpo.

Um último grito, na direção daquela pessoa, que com o grito sumiu.Tudo sumiu.

Mas havia uma voz...

"Você quer...se libertar?"

Por um momento no tempo ela foi capaz de ver, um rosto passara na sua frente, como um flesh.Mas foi o suficiente.O sorriso.Lhe congelara a espinha.

E de uma vez por todas, tudo se foi.

















Maria acordou, olhos arregalados, suando, tremula, respiração ofegante.Estava devolta a seu quarto na Ordem.Levou a mão a granganta, olhando as paredes escuras.Deitou-se denovo na cama, e por um tempo ficou acordada, olhando para o teto.O pesadelo era sempre o mesmo.Mas dets vez estava diferente.Quem era quela última figura?Decidiu abandonar o pensamento e voltou a tentar se acalmar.Até que foi capaz de fechar os olhos e lentamente voltar à Mu.





















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Mu = Nada.
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Anabelle S. V. da Gama

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MensagemAssunto: Miguel? - Em algum lugar de um futuro possível...   Characters Extras (extras dos personagens) Icon_minitimeTer Jan 12, 2010 11:14 pm

Miguel? - Em algum momento de um futuro possível...


'Desde criança eu me lembro de escutar que meu nome era Miguel, como o anjo da salvação'


- Você acha que ela vai estar lá Moisés?

O jovem perguntou sem nem mesmo virar para seu companheiro, logo recolocando o cigarro na boca.Estava vestido com roupas sociais em um tom escuro, contrastando com seus cabelos vermelhos que iam até o meio das costas, sua pele, um dia morena, agora clareava, apenas seu olho esquerdo mantinha a cor verde de sempre, o direito coberto por um tapa-olho.

- Conhecendo seu efeito nas mulheres Miguel...

A resposta do jovem de cabelos pratas, talvez alguns anos mais velho que o outro, retirou um sorriso do ruivo.Ele sempre soubera como acalmar o ruivo problemático.

'Eu cresci em um internato católico americano.Lá, perto de dezembro se encenava o nascimento de Cristo, e mais pra frente, a paixão de Cristo. Eu sempre era o anjo Gabriel, ou Jesus.Mas nimguém numca perguntou o que eu queria.

- Hunf...Acho que é verdade...

Ele murmurou entre os dentes, o cigarro ainda nos lábios.Ambos estavam sentados em cadeiras de um jato particular.

- Agora vamos, corta essa, você vai acabar com todo nosso suprimento de ar.

O mais velho então tirou o cigarro do ruivo e o apagou.

- Tch.Melhor você estar certo.Não quero ter tido de passar por tudo isso atoa.

'Eu queria um dia ser Judas, o mártir original, e sentir a traição do outro lado desse espelho.Ser o imperador e mandar matar todos os bebês para evitar que o Messias acabasse com meu reinado.'

O mais velho, Moisés, sorriu.Sabia que ele só dizia isso da boca para fora.Estava ancioso.

'Eu fui criado em um internato católico.E um dia eu pequei.E fui mandado embora.'

Os dois estavam deitados na cama ofegantes.Os corpos nus e suados, cansados.Cabelos soltos e lençóis enrolados, mesmo assim o tapa-olho permanecia.Ela foi a primeira a se levantar, os cabelos curtos negros como a noite, a pele branca reluzente mesmo na meia luz do quarto.A pele dele, ainda num tom um pouco moreno, brilhava apenas pelas gotas de suor.

- Não me disse o teu nome.

- Não creio que ele te faça muita diferença, sweety.

O rosto dele se fechou em uma expressão mais fria, sua voz mais rígida e séria, apesar de ainda rouca.Nimguém lhe respondia assim.

- Eu estou te pagando.Agora me responda.

Ela finalmente virou-se para ele.Seus olhos também eram negros, mas normalmente ficavam escondidos pela óbvia descendência oriental, agora estavam um pouco mais abertos, pelo susto na mudança repentina de comportamento do ruivo.

- Meu nome é Mei.

Agora sim, era assim que ele gostava, que o olhassem nos olhos.De súbito ele ergueu parte do corpo, entrelaçou uma mão nos cabelos dela, bem perto da nuca e a outra nas suas costas, puxando-a para si com violência.

- Pois bem Mei, não se esqueça disso.Você abacou de se oferecer a realeza.

Então ele a jogou na cama e levantou-se.Vestiu-se depressa e foi embora, tudo que ficou para trás foram um maço de cigarros e um de notas de dinheiro.


Eu cresci em um internato Maçom londrino.Lá eu era tratado como um rei.

- Você contou a ele?

- Não, por que deveria, Moisés?

- Ele é seu pai.

- Grandes coisas.

- Ele se preocupa com você.

- Eu não sou mais aquela criança Moisés.


Por que Moisés tinha que quebrar sua linha de pensamento tão grande com aquela besteira?Ele não precisava do velhor.Iria consquistar tudo que tivesse que conquistar sozinho.

Eu era o herdeiro dos Grão Mestres.Tinha sangue azul correndo nas veias.

Mais uma vez.Ele estava devolta mais uma vez.A roupa de cama amassada manchada de sangue.Havia a tido nos braços e deixado uma marca dessa vez.

Com o corpo nu ainda suado e respiração ofegante ele sentou-se na lateral da cama, os pés descalços no chão frio.Não levantou, se vestiu e foi como sempre fazia.Acendeu um cigarro e o colocou entre os lábios.Puxou alguma coisa de dentro da carteira e colocou na mesa de cabeceira.

- Mei.

A oriental prontamente atendeu o pedido, tornando-se para ele, a mão ainda na ferida sangrando na junção do ombro com o pescoço.Ela então chegou mais perto dele, no que ele virou, ainda com o cigarro, nas mãos haviam gaze, algodão e esparadrapos.Ele retirou a mão dela do caminho gentilmente, então levou o algodão até a ferida.

- Ah!

- Shhh...

Limpou a ferida dela o melhor que pode, então fez o curativo com a gase e os esparadrapos.Quando acabou ele se levantou e se vestiu, deixando o dinheiro na mesa.

- É uma ferida pequena, mas é melhor deixar coberta até parar de sangrar.Aqui tem um 'extra' pra cobrir qualquer problema possível com a ferida.


Ele se virou e foi embora, da porta pode se ouvir um 'tenha um bom dia'.


Eu cresci em um internato Maçom londrino.Lá eum também pequei.Mas não fui expulso.Londres era realmente fria.

- Vocês deviam se dar melhor, ele é seu pai.

- Muito fácil pra você falar Moisés.

- É você que torna as coisas muito difíceis Miguel.


Miguel decidiu ignorar esse comentário.Nada numca fora 'fácil' na vida dele.Por mais que pudesse parecer.O ruivo simplesmente levou a mão ao tapa-olho, observando o céu da janela do jato particular da família.Pelomenos com ela as coisas eram mais fáceis.

- Por mim ele pode morrer sozinho, como um cachorro abandonado.

- E eles ainda dizem que vocês dois são iguais.Ou melhor, que você era apenas uma versão mais morena dele.Se bem que sempre disseram que sua língua era afiada o suficienta para orgulhar sua mãe.

- Minha mãe...Não entendo o que ela viu naquele idiota.


Não importa onde, olhando pra trás agora, eu numca fui uma pessoa, sempre um nome.Fosse o nome do meu pai, ou o da família.Dentrou ou fora de instituições católicas.Dentro ou fora da Maçonaria.

Novamente os dois corpos deitados nus e suados estavam ofegantes no ninho de lençóis que era aquela cama.Ela estava cansada e se movia com dificuldade tentando se retirar dos braços magros porém fortes que a seguravam carinhosamente junto ao corpo dele.

- Você está cansada Mei, pode dormir.

- Mas eu tenho que...

- Eu já disse que você não precisa mais fazer isso.

ela virou-se para ele, relaxando um pouco mais nos braços fortes.Desta vez ele havia tirado o tapa-olho.Ela sentiu-se tentada a levar a mão até a cicatriz, vendo a irís inutilizada dele.O rapaz logo sentiu onde os olhares dela estavam, fechando os olhos por um longo momento.

- Como é isso?

- O que?Você quer dizer, ver com um olho só?Não faz muita diferença pra mim, exergo o mundo assim desde que me entendo por gente, perdi a visão desse olho muito cedo.

- Eu vejo...

- Isso não me faz enxergar menos.Na verdade, eu sou capaz de enxergar mais em você do que todos eles juntos.Acho que tenho uma visão melhor, não?

Ele levou a mão ao rosto da jovem, ela era linda e tinha um sorriso magnífico.Ela levantou-se um pouco e beijou o ruivo nos lábios.Ela numca beijava seus clientes.

- Eu vou te tirar disso tudo.

- Diz como se fosse tão fácil.

- Vou te dar sua liberdade.Eu prometo.

- É fácil pra você falar.

- Agora é uma promessa, e eu sempre cumpro minhas promessas.

Ela se levantou, sentando-se na cama.

- Não é bem assim Miguel.

Ele então esticou os braços, aumentando o tom de voz.

- Todos devem ter uma chance.

- As coisas não são assim...

- Todos tem que ter uma chance senão a vida não seria justa.Alguns a tem mas não conseguem usar, alguns tem mas não conseguem agarrar, outros não são bons o suficiente.Eu tive a minah e decidi fazer o que eu quizesse da minha vida com ela!Mas você nem teve uma, isso é errado.Eu vou te dar a sua chance.

- Sabe, eu andei lendo um dicionário de nomes, e dizem que o seu significa 'aquele que é como Deus'.Se um Deus existe, eu acho que ele deveria ser assim.

- Eu não sou um Deus querida, tenha certeza disso.

Então foi a vez dele de se sentar.

- Bem, acho que já falei demais.Está na hora de eu ir ou meu guarda costas vai ter um ataque.

Isso arrancou uma risada da moça.Ele se levantou, se vestiu e mais uma vez deixou dinheiro na mesa.

- Não quero seu dinheiro.

- Pshhh.É para o transporte, estadia e comida.Já que eu não vou poder te levar dessa vez.E um extra pra...bom, um presente que você queira e também o suficiente pra te manter por um tempo e para que você vá visitar a família.Pode pagar todas as dívidas deles.Não está tudo aí, o resto vem depois.E comigo não tem isso de querer ou não.

Ele virou-se para ela, já vestido completamente e com agravata ageitada e deu-lhe um beijo.Quando ela se entregava por completo ele se afastou e foi embora.

- Até.


Ela não ligava pra isso.

"Atenção, estamos chegando no areporto, favor coloquem os cintos para começar o procedimento de pouso."

Era a voz do piloto quebrando os pensamentos de Miguel.Finalmente.

Pousaram sem problemas.Era lá fora que eles começariam.China, território inimigo.O número de maçons lá não era dos maiores.E não era como se ele fosse aceitar a ajuda deles.

Ele ficaria na casa de um colega de faculdade.Era mais seguro.O cara iria sair da cidade por um ou dois dias mas logo voltava.

Seguiuram então ele e Moisés até o local de encontro, mas nada.Até aquele fatídico momento.

- Ha, o que faz aqui o moloque maçom dos Vinhais da Gama?

Perguntou um oriental grande seguido por outros dois.

- Nada que seja da sua conta.

- Ah, crápula.É realmente muito corajoso ou não tem nenhum cérebro pra falar comigo assim.Eu deveria te bater, mas acho que sei o que você procura.


Ele ergeu uma mão e nela tinha um colar com um M de ouro, ele havia dado esse colar a Mei.

- Malditos!O que vocês...

- Quer tanto a sua prostitutazinha, aqui está ela.


Os dois do lado derem jogaram um saco na sua frente.Um corpo feminino nu e dilacerado, não seria reconhecível, não fosse o rosto intacto.O toráx aberto de fora rudimentar, costelas movidas, os órgãos estavam todos lá, isso ele podia dizer.Ela havia sido aberta como se fosse dissecada.A visão o enojava, mesmo depois do que vira enquanto cursava medicina, aquilo era o pior, especialmente que só de olhar já se podia supor que os ferimentos não foram feitos após a morte.Mas ele tinha que se manter.

- Haha, é bem feito pra ela.Tem que aprender a não se relacionar com os inimigos.

Eles omeçaram a ir embora e Moisés tirou duas armas.Ia atirar mas viu a mão de Miguel levantada.

- Não vai adiantar de nada agora Moisés nem se fosse eu a atirar a dor pararia.

Ele se agachou diante do corpo, desenrolando-o delicadamente do plástico preto, enrolando-a no sobretudo que acabara de tirar.Colocou-a no colo e então ele e Moisés se foram.

--

Havia chegado na casa, que era um pequeno cunslutório que estava fechado por um tempo e se trancou em uma das salas de cirurgia.Ela com ele.

Por um tempo ele só chorou.Silenciosamente amaldiçoando a tudo e a todos.A sua própia inocência.Era uma criança.As pessoas dizem que muitos dos homens que procuram por prostituas tiveram problemas de família.Vai ver esse era seu problema, não tinha amadurecido.Como pode ser tão idiota a ponto de pensar que!A ponto de imaginar que tudo acabaria bem?!Como em um conto de fadas!Um dos filmes que seu pai gostava, suas peças de teatro!De acreditar em milagres!Como pode ser tão tolo?

Ele parou de chorar e virou o olhar para o corpo de sua amada, deitado em uma mesa de operação.As coisas necessárias deviam estar por ali.Procurava freneticamente, ela merecia pelomenos um enterro decente.Não um cadaver qualquer.Costurado por um legista de má vontade!Não...ele irira fazer aquilo.Repor ossos, orgãos e pele no lugar.Não importava a demora.

Achou tudo o que queria e trancou a porta.O corpo estava fresco, eles sabiam quando ele chegava.Malditos.Virou-se então para ela.

- Vai ter sua beleza eterna meu amor.

Ele sussurou, uma última lágrima caiu, e se pos ao trabalho.Primeiro verificar os ossos, cada mínimo osso das mãos e dos pés.Tendões e ligações.Cada músculo cortado seria recusturado.Uma delicadeza ímpar.As veias também.Os órgãos recolocados em seus devidos lugares, intestinos desembaraçados, rins recolocados, útero e ovário rearrumados.Cortes nos pulmões corrigidos, coração perfeito.Logo os músculos do torax foram também costurados e por sobre eles a pele.

A minuciosidade da custura, diferente da dos legistas comuns, faia com que não ouvesse uma simples falha, era um trabalho de arte.ela havia sido reofrmada e estava em perfeito estado.Deu um último beijo nela.Tão linda, mesmo na morte.

Ele estava tão cansado de tudo aquilo que, ainda de luvas, se recostou an parede e fechou os olhos.Foi quando Moisés cansou e decidiu entrar.Ele sentia a dor do coração partido de seu amigo.Ele seguiu em frente e cobriu a jovem com um pano.Então coltou e carregou o amigo para fora.

No outro dia ela teve o enterro que merecia.Havia sido maquiada e estava vestida como uma princesa.Seu corpo fora cremado e então enterrado naquele mesmo local do encontro, que significava tanto pra ela.Lhe doía o simples nome 'Meimei' escrito na lápide.

Ele ainda passou mais dois dias lá, quando foi embora, deixava o país com os cabelos cortados, num corte chinês.Estavam curtos agora.

Algumas tribos americanas cortam os cabelos em sinal de luto.

No dia após sua partida todos os jornais liam: "Morre líder da máfia e cinco comparsas em assacinato brutal.Assacino não foi encontrado."

Ele deixava para trás seus cabelos vermelhos e roupas sujas de sangue.Meimei não sangrara naquela noite.

É, a vida é cruel e injusta.

No jato de volta para casa Moisés estava preocupado.Ele sofria pelo amigo e chefe.

- Não se culpe Miguel.

- Não se preocupe Moisés.Já percebi que não se pode lutar contra o destino.E o meu é ser sempre o mestiço* amaldiçoado e odiado por Deus.Aquele tem asas mas numca poderá voar e ser completamente livre.


Ele sorriu com tristeza.A vida numca era fácil.

Deus gosta de brincar conosco.Acha graça do nosso sofrimento.Mas isso é por inveja.Já que ele mesmo não tem asas para voar.Por isso ele nos usa a seu bel prazer.Por isso eu continuo a pecar, e mostrar a ele que sou mais livre que ele.




















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*Mestiço; nese caso refere-se ao filho de um anjo caído e um ser humano, dize-se que o grande dilúvio acontecera em parte para limpar o mundo deles.

Miguel:

Spoiler:


Última edição por Anabelle S. V. da Gama em Sex Jul 23, 2010 2:27 am, editado 1 vez(es)
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Ainslie Flamel

Ainslie Flamel


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MensagemAssunto: Re: Characters Extras (extras dos personagens)   Characters Extras (extras dos personagens) Icon_minitimeSáb Jan 23, 2010 8:47 am

Desonra

Meu nome ouvido com temor
E ainda assim estou contente - tão contente - tão contente
Em ouví-lo.
Alguém pensa em mim?
O que vem a seguir não importa.
Se injustiça - ou desprezo.
O que vem a seguir não importa.

Eu ouço uma palavra de sua boca:
Tudo coberto de dor,
Meu nome coberto de dor.

(...)

- A.U.S, Lacrimosa
.


Spoiler:

Characters Extras (extras dos personagens) 1754143l9ktav39tf

"Você está grávida, senhorita Flamel"

Foram as palavras que lhe fizeram romper em lágrimas. Haviam algumas semanas que ela estava apresentando sintomas dos mais estranhos - um enjôo pavorosamente intenso, desmaios, e freqüentemente vomitava sangue. Ela odiava médicos - sempre a olhavam como se ela fosse uma aberração, perguntavam e sugeriam cirurgias para correção das presas, sugeriam oftamologistas para seus olhos amarelados entre outras coisas realmente perturbantes. Mas após muita insistência de seus serviçais, conseguiram arrastá-la até o consultório geral da cidade. Foram feitos uma gama de exames enjoativos, até que numa ecografia descobriu-se o pequeno bebêzinho em formação em seu útero.

Ela não sabia se aquelas lágrimas eram de felicidade ou desespero. Ela bem sabia quem era o pai daquela criança, e talvez por isso tinha sintomas tão intensos. Mas ela alegou que não o sabia - ninguém podia saber, muito menos os Noés ou o Conde. E seria fácil acobertar isso, sustentar esta mentira, pois era lendária a promiscuidade da ruiva, sempre rodeada de rapazes, sempre em festas e teatros, sempre bêbada ou alta por causa de algum psicotrópico (geralmente ópio, e esse vício era culpa de Lau que, antes de ser preso, muitas vezes dividiu o cachimbo e o narguilé com ela). Aborto lhe foi sugerido, e talvez pareceria a solução mais razoável - cortar o mal pela raiz.

Mas...

Uma pessoa que, em sua vida toda, foi um arauto de mortes agora estava carregando vida dentro de si. O sentimento que invadira seu coração era doce como néctar e amargo como fel ao mesmo tempo. Não sentia autoridade o suficiente para privar outro ser de viver. E aquilo, de certa forma, era uma estranha maneira de refazer tudo o que ela havia errado, tudo aquilo que haviam errado com ela - seu filho não se desviaria para o caminho da escuridão e não lhe faltaria amor e compreensão, seja lá como fosse sua fisionomia ou personalidade. Ela não iria repetir o erro de seus pais. Ela, mãe? Aquilo parecia tão inimaginável quanto as imaginações que flutuam em um sonho.

Saiu do consultório ainda com lágrimas nos olhos, a mão sobre os lábios. Seu mordomo estava radiante, com um sorriso grande no rosto:

- Sua decisão foi muito nobre, milady.

Para ela, era a única decisão. Especialmente depois daquilo que aconteceu quando foi visitar os túmulos de sua família.
Numa noite escura como o seu coração.

Characters Extras (extras dos personagens) 1754143l9ktav39tf

Ajoelhada diante das lápides repletas de musgo, ela deixou flores vermelhas como sangue sobre a pedra acizentada. Os nomes, gravados elegantemente em letras itálicas, com decorações em baixo relevo de rosas liam-se:

Angelina Flamel.
Harry Flamel.
Alice Flamel.
Alan Flamel.

Era o oitavo aniversário de morte deles. Alice e Alan estariam fazendo 18 anos de idade. Haveria festa nos salões do palacete, com muita música e a leveza que jamais se encontraram no lar de Ainslie Flamel novamente, em suas paredes tingidas de vermelho. Sozinha naquele cemitério escuro, ela sentia-se á vontade para aquebrantar-se. Lágrimas corriam como cachoeiras de seu rosto, assim como os filetes de sangue que brotavam de seus lábios por causa das mordidas espasmódicas que dava entre soluços. Recitava uma pequena oração em latim, suplicando a Deus que velasse pelas almas deles e que perdoasse seu erro. Se ela pudesse voltar no tempo. Se ela tivesse ignorado as palavras que seu pai tinha falado naquela noite. Se ela não tivesse se juntado áquelas pessoas tão cruéis.

- É uma bonita oração.

A voz brotou da escuridão de um mausoléu. Não lhe era estranha - o tom pastoso e arrastado, embriagado era bem familiar para ela. Exceto que desta vez parecia curiosamente sério. O homem de pele branca como a morte e cabelos cinzas foi iluminado aos poucos pela fraca luz da lua. Consigo, trazia duas crianças com rostinhos alegres, mas seus olhos eram completamente vazios, emitiam uma luminosidade azul, fantasmagórica. Ele as levantou no colo e as largou no ar, deixando-as flutuarem e sussurrando: "Vão, Deus lhes espera ansiosamente". Ainslie observava a cena com uma fúnebre admiração. Era uma cena linda, que lhe passava serenidade o suficiente para aquietar o coração dela naquele momento tão doloroso. Seus olhos seguiram as crianças - suas almas - até que desaparecessem como uma graciosa névoa. O shinigami se aproximou dela com passos lentos, pousando a comprida mão de unhas imensas em seu ombro.

- Deve ter sido difícil perdê-los todos de uma vez só...

- Isso não é o que mais me dói, Mortimer-sama. Se não fosse por mim eles estariam vivos. Esse parece ser meu destino - amaldiçoar sempre aqueles que eu amo.

- Porque você é uma Noé?

Ela se assustou com a afirmação dele, arregalando os olhos. Ele apenas sorriu aquele sorriso de orelha á orelha que era habitual em seu rosto e se agachou na altura da ruiva.

- Nada escapa dos olhos dos deuses. Ainslie.

- Você...sabia desde o começo...?

- Sim. Mas isso não me afeta. Você luta acreditando que luta por Deus. Qual lado é certo ou errado, eu não tenho autoridade ou permissão a dizer. Eu apenas admiro sua fé, pois ela é grande.

Ela deu uma risadinha de escárnio e olhou para ele, os olhos ainda úmidos e borrados pelas lágrimas. Os sete estigmas apareceram, como feridas, pouco a pouco em sua fronte, a pele se tornando cadavericamente acizentada. Asas vermelhas brotaram de suas costas, gigantescas, como asas de morcego. O shinigami não teve reação alguma senão dar uma risadinha á tranformação dela. Ela arrancou vôo, pousando sobre uma estátua de Cristo que adornava o mausoléu de um frade, abrindo as asas em toda sua dimensão. Seus olhos amarelos-âmbar brilhavam como duas tochas fátuas, flutuantes.

- Não, Mortimer-sama. Eu amaldiçôo todos por ser um demônio.

O shinigami gargalhou potentemente, se desfazendo em cinzas, sendo aparentemente levado pelo vento. Sua voz flutuava no ar, vinda de todas as direções, debochando claramente da ruiva.

- Eu estive nos céus e no inferno, no éden e no limbo, e uma coisa que posso falar com toda a certeza, Ainslie Flamel...

As cinzas formaram um pequeno tornado, que foi em direção da Noé, parando á poucos centímetros de atingí-la. O shinigami juntou-se de súbito, flutuando no ar, segurando as faces dela com força, as unhas roçando em sua pele. Ele a beijou longamente, a outra mão atravessada em sua cintura, aproximando a moça de seu corpo firmemente. Ainslie estava paralisada de surpresa, os olhos do tamanho de maçanetas enquanto os lábios do shinigami acariciavam os seus docemente. Quando quebrou o beijo, ele sussurrou, o rosto ainda próximo do da ruiva:

- Você não se parece nada com um demônio...sua mortal tola.

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Ainslie observava a paisagem enquanto a carruagem levava-a de volta para o palacete, bem devagar. Havia ordenado ao cocheiro que fosse bem lentamente - estava enjoada demais, e a última coisa que queria era vomitar sangue no colo de seu mordomo que lhe segurava a mão firmemente, em um gesto afetuoso, afim de acalmá-la. A mão livre da ruiva estava pousada sobre o próprio ventre. Ela fchou os olhos, e em sua mente aquelas palavras sussurradas em seu ouvido ecoavam: "A maneira que começou não importa...a maneira como vai terminar vai determinar tudo".

Naquele momento, ela havia começado a enxergar uma luz que talvez lhe mostrasse uma nova perspectiva de vida. Uma luz que por muito tempo fugiu dela. Seu bebê era essa luz.
Era estranho, mas ela sentia que já o amava mais do que tudo na vida. Ela começava a entender o que sua mãe sentia quando lhe abraçava fortemente, lhe assegurando que nada separaria ela de seu amor por sua filha. Nada senão a morte.

Descendo da carruagem com a ajuda de ambos cocheiro e mordomo, o anúncio foi feito ao restante dos serviçais. Alguns festejaram, outros ocuparam-se somente em ficar chocados. Mas a ordem da ruiva, enfraquecida, era de que ficassem em silêncio. Nada daquilo deveria vazar para a nobreza, para os políticos, para os atores e muito menos para os cães de Lau Soi Fong até que o bebê nascesse. Ela subiu as escadas, cambaleante, apoiada em seu mordomo, que lhe perguntava de segundo em segundo se ela estava se sentindo bem. Entre uma dessas perguntas, ela se curvou sobre os joelhos e vomitou uma quantidade vastíssima de sangue, que manchou a parede e os carpetes.

- Milady!

- E-eu estou bem...limpe essa bagunça...preciso me deitar.

Ela andou sozinha até sua suíte e limpou os lábios com uma toalha, jogando água sobre seu rosto. Olhou a própria imagem no espelho, dando uma risada de deboche ao próprio reflexo.

- Ah, sua maluca, que confusão você arranjou desta vez, hm?

Ela deitou-se, cobrindo-se com um lençol de seda vermelha como seus cabelos. Poucos momentos depois de fechar os olhos, ela sentiu um toque de leve em sua face. Ela conhecia aquele toque, e aquele toque fez com que um arrepio de desespero lambesse sua espinha como lanças de gelo. Abrindo os olhos, o Conde do Milênio estava sentado ao seu lado - ou melhor, o Duque Milênio, sua forma verdadeira. Ele sussurrou em uma voz aveludada, enquanto colocava as mechas de cabelo dela para trás da orelha: "Eu tenho uma missão para você, Ain-pon".

Saberia ele do que estava acontecendo com ela? Provavelmente sim. Por que mandá-la em missão, então? Por que agora? Ela se colocou sentada na cama, as mãos sobre os joelhos. Reuniu forças e coragem e falou em um tom grave:

- Eu não posso, Conde.

Ele respondeu com um sorriso doce. A mão que acariciava seu rosto deslizou até o ventre dela. Os olhos cor de âmbar, lânguidos e calmos do homem olharam-na profundamente. Ele sussurrou: "Saiba que mais do que todos, sou quem mais está orgulhoso do que carrega aqui". Aquilo havia lhe passado uma certa segurança, mas ainda assim ela tinha um pressentimento horrível. Não era apenas temor - era algo sobrenatural, ela tinha esta nítida impressão, nítido como o sangue que manchava o carpete de seu quarto. Ele a abraçou delicadamente - aqueles braços que haviam sido como os braços de seu pai por todos estes anos. Naqueles braços havia encontrado conforto para todo o inferno que detinha dentro de si. No fundo, este era o único motivo pelo qual ela continuava a obedecê-lo:

Ele era seu pai, seu pai que ela nunca teve.
A única doçura que não havia sido deturpada em sua vida.
O único amor que não estava envolto na perversão dos homens.
A única pessoa por quem ela faria tudo.

Inclinando o rosto sobre o ombro dele, ela disse: "Diga-me o que fazer. Eu o farei com meu coração, meu querido Conde".

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Sua missão era simples: Invadir o QG holandês da Ordem Negra e roubar as informações que o Departamento de Ciências havia reunido sobre a nova geração de Alma Karma. Não haveria exorcistas ali - os outros Noés haviam assegurado-se de criar tragédias o suficiente para atrair a atenção de cada um deles, ocupando-os nesse meio tempo. O Conde realmente havia sido cauteloso na escolha da missão: O máximo que encontraria seriam alguns Finders e uns poucos daqueles irritantes híbridos de akuma e humano, que eles chamavam de "Crow". Estes não seriam desafio para alguém que era a Noé primogênita de sua geração. A dona da Insanidade de Noé.

Ela estava sentada no terraço de seu palacete, afiando as lâminas da Satsugai. Não que aquilo fosse necessário, uma vez que aquela lâmina cortava através de tudo menos inocência, mas era ritualístico - toda a vez que saía para uma missão, fazia questão de checar se todas as dentições da motoserra estivessem afiadíssimas. Dois akumas nível 5 estavam pousados sobre o batente da sacada, como dois cupidos demoníacos, aguardando as ações de sua "mestra".

Mas sua cabeça doía o inferno.
E aquela sensação...aquela sensação de medo quase paralisante.

Sua mão escapou da pequena máquina de afiar e deslizou brutamente pelos dentes de Satsugai. Ela deu um grito de dor. A palma de sua mão esquerda estava destruída.

- MERDA!!

"Isso nunca aconteceu antes", ela pensava, enquanto o sangue pingava sobre sua calça. Os akuma foram em seu auxílio prontamente, mas ela apenas mandou que eles se afastassem, irritada. Colocou a luva negra de pelica sobre a mão ferida, a vestindo na outra com ajuda dos dentes. Suas asas brotaram de suas costas logo depois e ela alçou vôo, raivosa pelo machucado e pela missão. Quanto mais rápido aquilo terminasse, por Deus, seria melhor. Ela tinha muito com o que se preocupar. Ela precisava cuidar de seu filho, precisava dar um jeito de encontrar o pai dele, precisava dar um jeito de se esconder até que ele nascesse, precisava aprender em como raios ser mãe.

Logo, estavam sobre a construção que lembrava um bonito elísio branco em estilo rococó.
Ela entrou pelo hall caminhando tranqüilamente. Os alarmes haviam sido soados já.
Os dois akumas tomavam a frente de Ainslie Flamel, derrubando a guarda.

Como previsto, alguns daqueles desprezíveis Crows. Apenas três. Antes que falassem qualquer coisa, ela avançou neles, a velocidade incrível por conta das asas. Ela não era um akuma. Eles não eram exorcistas. A lâmina da motoserra os atravessava como atravessaria manteiga. O sangue sendo espirrado em jatos que faziam formas que pareciam rostos nas paredes brancas do QG.
Quase artisticamente, uma arte brutal e prazerosa.

Caminhou para o Departamento de Ciências. Os cientistas tentaram lhe parar com balas. As grandes asas de metal escudaram-na dos tiros. Os akumas se ocuparam de matá-los.
Acessou o computador-mestre e mais que rapidamente conseguiu acesso ás informações sobre o que precisava. Após copiá-las, inseriu um pendrive na entrada USB do computador. A tela encheu-se, gradativamente, de estrelas negras até que tudo ficasse tomado pelo negro. O computador se tornou pó assim que isso aconteceu. "Conde levou a sério esse papo de vírus akuma", Ainslie riu para si mesma.

Por fim, ela andou até a sala de testes do Departamento de Ciências, e o que ela viu lhe prendeu a atenção.
Era uma enorme cúpula de vidro prateado translúcido. Dentro desta cúpula havia um menininho - um bebê, dentro de um líquido fluosforecente.

- Este é... Alma Karma?

Antes que ela teminasse de pensar, os dois akumas explodiram a cúpula. Ela olhou-os com uma indignação irracional e gritou:

- Quem mandou fazerem isso, seus vermes???!!

"Foram ordens do Conde", foi o que os dois responderam, sincronizados. E sincronizadamente eles despencaram á frente de Ainslie Flamel, explodindo logo em seguida. Engulfada pelas chamas das três explosões, levantou vôo sobre o laboratório, tossindo. Sua cabeça começou a girar, e ela caiu sobre as mesas de experimentos, vomitando sangue novamente. A Satsugai voou longe. Sentiu seu corpo começar a fugir de seu comando, os olhos pesados. "Não...não desmaie...agora...", ela disse para si mesma. A última coisa que pôde ver antes de sua visão embaçar por completo foi o rosto de um rapaz.

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Ela acordou, a cabeça doendo. Seus pulsos e pernas doíam muito.
Quando conseguiu enxergar algo, ela estava amarrada por fios de metal, as pernas e mãos. Os fios entravam em sua pele - eram muito finos, mas aparentemente afiados, e provavelmente qualquer movimento brusco deceparia seus membros. Estava em uma espécie de salão de metal fechado, e ao olhar melhor ao redor, viu aquele rapaz.

Ele tinha cabelos azuis, curtos, a pele branca. Vestia um elegante fraque de caudas, e tinha uma espécie de tridente na mão. Seus olhos, que se dirigiram á ela assim que a Noé acordou, tinham íris de cores alternadas, um negro, outro vermelho.Estava sorrindo, e soltou uma risadinha ao ver que ela tinha recuperado a consciência.

- Quem é você?

- General Diederik Ambroos, ao seu dispor. É uma honra conhecer a noé primogênita. Apesar que...

Ele encostou a ponta do tridente no pescoço da Noé, levantando seu rosto forçadamente com a lâmina.

- Eu esperava que você fosse mais além de uma pobre desgraçada que vomita sangue. Apesar do estrago que você fez aos Crows e aos cientistas, uma coisa simples como fumaça abateu-a.

- Vá pro inferno.

Sem hesitar ele puxou um dos fios. O restante todo dos fios que estavam atados ás pernas e mãos da Noé ficaram mais justos. A dor era lancinante. Ela gritou sonoramente, enquanto ele ria em extrema diversão. Ela mordia os lábios com força. A dor dos cortes em sua boca eram imperceptíveis se comparadas á dor que sentia nos seus membros. "D-desgraçado...". Depois que riu, ele afrouxou novamente os fios e se aproximou dela, erguendo agora seu rosto com uma das mãos.

- Eu deveria te matar, Noé. Mas derramar um sangue tão sujo seria uma heresia.

- Tch. O que vai fazer comigo? Me torturar até que o Conde venha me salvar? Se é isso que pensa em fazer, não será efetivo.

- Não...eu pensei em uma coisa bem pior.

Assim que pontuou esta frase, ele a atravessou com o tridente, perfurando seu peito. As três lâminas brilharam como se fossem feitas de luz, chamas brancas começando a envolver o corpo de Flamel. Ela sentia sua carne se retorcer no calor daquele fogo, e uma dor como nunca havia sentido antes. Gritava com tudo o que seus pulmões lhe permitiam. Era como se sua alma estivesse tentando se separar de seu corpo. O general apenas ria, em um "KAHAHA~~" quase psicopático. As chamas começaram a se concentrar e formaram uma imensa cruz de luz nas costas de Ainslie Flamel. Cruzes de luz tambéma pareceram em seus pulsos e pescoço. O tom cadavérico, acizentado de seu rosto começava a se enrubescer, tornando-se róseo, como se a vida começasse a ser devolvida á ele. As asas de metal se recolhendo para dentro da pele.
Ele arrancou o tridente dela em um movimento brusco. Ela foi jogada longe. As cruzes foram queimadas em sua pele. Ela sentia dor e fraqueza, encolhida em um canto.

- Kufufu~

- Maldito...exorcista...

Ele caminhou até ela, agarrando-a pelos cabelos e levantando seu rosto.

- Vá. Seu corpo já é mensagem suficiente para o Conde.

As asas não obedeciam ao seu comando. Largou-a brutamente, a cabeça dela batendo em uma das mesas. Se arrastou até sua motosserra, tentando erguê-la, mas estava fraca demais. E...e o bebê? O general pisou na motoserra, impedindo que ela a tomasse em mãos, mas estranhamente, a serra começou a se fusionar com as mãos de Ainslie, e por fim entrou em seu corpo. Ela sentiu seu coração bater como se fosse explodir. Começou a rir - rir intensamente, erguendo-se sobre os pés, uma das mãos sobre o rosto. O General recuou, os olhos arregalados.

- GYHAHAHAHAHAHHHA~

As mãos de Ainslie começaram a tornar-se prateadas, os dedos alongando-se até se tornarem como garras de um animal. Ela caiu sobre os joelhos novamente, seu corpo encurvando-se. O metal envolvia seu corpo aos poucos. Uma cauda de extremidades cortantes brotou de sua espinha dorsal, e seus pés tonaram-se patas. Na cabeça, seu rosto foi envolvido com uma mádcara como se fosse o rosto de um felino. Quando a tranformação cessou, ela tinha a aparência de uma espécie de licantropo, mas se assemelhava mais á uma pantera de metal com garras gigantescas. Sua voz tornou-se como um rosnar:

- Que cara é essa? Você não esperava que eu "fosse mais"?

Ela avançou, em quatro patas, sobre ele, rugindo. Defendia com o tridente, usando toda a força que tinha. Ainslie atacava-o á patadas, as imensas lâminas quase roçando no rosto do General. Ele saltou para trás agilmente, girando o tridente. "Poseidon Hell", ele invocou, e raios começaram a sair do chão, letais cargas elétricas. A Noé fugia, ainda mais rápida que quando estava com suas asas, e ao dar de cara com uma parede, ela simplesmente escalou-a, grundando-se nela como um inseto. Trotou o caminho até o teto e correu até onde Diederik Ambroos estava. Antes que ele pudesse reagir, garras poderosas lhe atacaram por cima.

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Com muito esforço, ela abriu um portal até a Arca, arrastando Satsugai pelo caminho.
Estava completamente exausta. Sentia seu corpo quebrado. Um rastro de sangue era deixado por onde ela passava.
Assim que seus olhos foram inundados pela luz da cidade branca da Arca do Conde, ela deixou-se cair no chão.
Não se passaram muitos minutos até que o Conde, em sua caricata forma Noé, notasse-a e corresse ao seu auxílio, a colocando sobre o vasto ombro.

Muitas horas depois, ela acordou em um quarto no alto de uma torre. Estava enfaixada, vestida apenas com uma camisola de seda muito fina. Se sentia horrivelmente fraca. Se levantou com dificuldade e caminhou até o espelho, despindo-se. As cruzes em seu pescoço, costas e pulsos ainda estavam queimadas. Seria aquilo...um exorcismo?

Mais do que tudo...ela sentia uma estranha...paz.
As vozes de sua cabeça. Onde estavam elas?
As Alices.
As Alices tinham calado-se?

Ela levou a mão até a boca e sentou-se na beirada da cama, vestindo a camisola novamente. "O Noé dentro de você foi danificado", aquela voz serena e aveludada emergiu do silêncio. Ele estava, novamente, em sua forma real. O Conde trazia uma bandeja de chá nas mãos, com duas pequenas xícaras de porcelana e um bonito bule com ornamentações em pêssego. Ainslie se levantou, caminhando altivamente até ele com o máximo de coordenação que conseguia ter, e com as duas mãos espalmadas, virou a bandeja em cima do Conde, o chá quente entornando totalmente em seu peito, mãos e abdômem. Ele começou a gritar, pulando como louco em círculos, gritando: "Dói! Dói!". Ainslie rosnou:

- VOCÊ NÃO DISSE QUE HAVERIA UM GENERAL NO QG!!

Ele parou, ainda abanando-se das queimaduras.

- Eu sabia que você tinha capacidade para vencê-lo, Ain-pon.

- ISSO NÃO ME INTERESSA! VOCÊ NÃO SE PREOCUPOU COM O QUE ACONTECERIA COMIGO OU COM MEU FILHO!

- Seu bebê não é um noé. Ele não foi afetado em nada pelo exorcismo.

- Você sabia que isso ia acontecer. Você...você é horrível, seu egoísta!! Crápula!!

Ela avançou nele, dando diversos soquinhos em seu peito, gritando e rosnando ao mesmo tempo. O Conde segurou os pulsos dela com força, apertando-os. Uma dor aguda de onde haviam as cicatrizes de cruzes em sua pele. A expressão do Conde estava rígida, enquanto ela apenas chorava, as mandíbulas cerradas. "Me encontre daqui a meia hora no salão de festas, Ainslie Flamel".

O Conde a soltou e abriu a porta do quarto. Em pé, parados, dois skulls, que pareciam estar prestes a bater na porta.
Eles falaram: "As informações recolhidas foram computadas com sucesso, mestre".

Ele lançou um último olhar á ruiva e deixou a sala.
Ela se ajoelhou no chão, as mãos agarrando-se no carpete.

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Ainslie Flamel havia tomado um banho longo e demorado. Um akuma que parecia uma caricatura estranha de um mordomo vitoriano havia lhe trazido roupas novas e sua motoserra. Eram roupas em estilo kodona, o tipo de roupa levemente masculinizada que ela gostava de se vestir, em suas cores favoritas. Se vestiu com uma certa dificuldade - suas pernas pareciam ter tido torções muito grandes, e seu corpo doía como um inteiro. Prendeu os cabelos ainda molhados em uma fita vermelha, colocando Satsugai em seu caser e a pendurando nas costas.

Ela caminhou até o salão de festas. O Conde do Milênio já estava lá, sentado em uma das extremidades da grande mesa, rodeado de doces. Mas sua expressão continuava grave, o olhar dele a atravessou no momento em que ela entrou no recinto. A ruiva simplesmente se sentou, encarando-o com as sobrancelhas franzidas.

- Eu não coloquei o seu filho em risco.

- Você não deveria ter me mandado em uma missão se sabia que eu ia passar por isso. Eu...não POSSO me enfraquecer agora.

Ela falou isso altivamente, batendo as mãos sobre a mesa com força. O Conde fechou os olhos e disse.

- Ainslie Flamel, espero que não esteja se esquecendo do juramento que fizemos naquela noite. Não perca o foco do por quê você estar aqui, do por quê me serve.

- Foco? Eu não estou aqui por causa daquele juramento estúpido que fizemos aquela noite! Eu achei que você me considerasse mais!

O homem tomou um gole de chá e limpou os lábios com calma, se levantando da cadeira e caminhando até a ruiva, cuja expressão era pura indignação. Pousou uma das mãos sobre a mão dela, olhando-a profundamente nos olhos, e falando palavra por palavra.

- E eu considero, mas você tem que entender suas prioridades.

- P-prioridades...

Ela se levantou, gaguejando a palavra ainda, e começou a gritar com ele, o dedo estendido ao seu rosto.

- VOCÊ TEM IDÉIA DO QUE ESTÁ DIZENDO? Você tem idéia do que é pri...

- Sim, para você, atualmente, a prioridade é o bebê de um ceifador que foi consumado em uma noite em que você estava completamente instável, e que está destruindo seu corpo por dentro porque você não pode comportar um ser dessa natureza em seu ventre humano.

Ainslie caiu sentada na mesa, os membros tremendo enquanto olhava chocada para o Conde. Ele colocou as mãos para trás, a observando sem dizer uma palavra. Nem em sua mais profunda loucura ela poderia imaginar que o Conde do Milênio sabia de tudo. E ele sabia, sabia quando ela havia engravidado, sabia com quem, e sabia, mais do que ela, o que aquilo estava fazendo com seu corpo. Como? Como? Ele sentou-se do lado dela, envolvendo-a com um dos longos braços, encostando a cabeça na dela e falando, com toda a calma possível.

- Você escolheu dar á luz a este ser, mas você tem noção que isso lhe matará?

A ruiva nada disse, apenas abaixou a cabeça. Não, ela não sabia daquilo, e agora todo o seu sonho de poder fazer com que aquele "ser" tivesse uma vida sem sofrimento havia evanescido. Mas se fosse preciso que ela morresse para que ele nascesse, assim seria. Ela faria pelo menos uma coisa certa na vida, e seria aquela. Sua morte não faria muita diferença ao mundo: Só era querida mesmo por seus poucos e fiéis servos e para um líder da máfia chinesa cujo afeto estava mais para obsessão. Deixaria o bebê aos cuidados de Mortimer, e tinha certeza que este o criaria para ser como tudo o que sua mãe não foi.

- Se é isso o que acontecerá...eu aceitarei.

- Ain-pon...

O Conde a virou para si, agarrando-a pelos ombros.

- Sua vida vale mais do que a vida de um ser que nem ao menos sabemos como nascerá.

- Isso não me importa! Eu não tenho direito de tirar a vida dele! Eu não vou desistir dele!

- Você está agindo como uma criança teimosa!!! Não vê que vai só gerar desgraça com isso??!?!

A voz trovejante do Conde ecoou no salão vazio, seguido de um tapa no rosto da ruiva, fazendo com que ela se calasse, aterrorizada.
Ele a abraçou em seguida, pressionando-a contra seu peito, e falou em seu ouvido:

- Você pertence a mim, Ainslie Flamel.

- Isso não quer dizer que possa tomar este tipo de decisão por mim.

Ainslie não pôde vê-lo, mas ele sorriu malignamente á essa afirmação. Afrouxou o abraço, ainda sorrindo. Para a surpresa (e terror) dela, o Conde inclinou-se sobre seu rosto, como se fosse beijá-la, parando pouquinho antes de seus lábios se unirem e falando, numa voz firme e delineando cada palavra claramente.

- Não. Isso quer dizer exatamente que eu posso fazer o que quiser com sua vida. Se eu não quisesse que continuasse viva, eu mesma a mataria.

Os olhos dela cresceram, lacrimejantes. Sentia uma dor terrível no coração após aquelas palavras terem sido proferidas, que logo foi substituída por um ódio quase irracional. Antes que ela se desvencilhasse á força dos braços dele, ele inclinou-a e roubou um beijo de seus lábios, forçadamente, segurando-a pelos cabelos. Com um empurrão, se separou dele e saltou sobre a mesa, recuando, afastando-se dele com uma mistura de nojo e descrença. "Ele disse isso...ele realmente o disse?", ela indagava se aquilo não era mais um delírio de sua mente, mas não, aquilo tudo era muito real, assim como o Conde que também subia na grande, comprida mesa, lhe seguindo com passadas lentas. A ruiva então tirou o caser de violocelo das costas, batendo-o na superfície da mesa com força, então destravando-o. Tomou a motoserra com ódio, seu ronco ecoando como o gemido de uma besta no salão grande e vazio.

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"Como eu fui tola", ela disse sonoramente para ele. "Eu acreditava que você me amava, como eu o amava, Conde".
Ele apenas continuava caminhando na direção dela, enquanto ela recuava, passo por passo para trás, a motoserra em punho. Quando a extensão da mesa acabou, ela não se viu com outra escolha senão atacar. Avançou com tudo para cima do Conde do Milênio, os olhos apertados, a dor espalhada em todos os seus membros por causa do esforço.

Um som metálico, alto. Ela abriu os olhos.
O Conde bloqueava a lâmina da Satsugai com sua espada negra. A rotação da serra simplesmente era bloqueada pela grande lâmina que não parecia se danificar nem um pouco. Alguns dentes de metal começavam a se quebrar. "Droga...droga!", Aisnlie pensava, usando de toda a sua força. Era inútil. Ele começava a dar passos na direção dela, os pés firmes da garota arrastando-se pela madeira da mesa. Em um empurrão, ele a derrubou do móvel, fazendo com que ela caísse no chão, a motoserra escapando de suas mãos.

Desceu elegantemente do móvel, pegando Satsugai com a mão livre. Aproximou a serra á um palmo do nariz da ruiva, a rotação se reestabelecendo.
Tão próximo que feria de leve sua pele.
Cheiro de óleo, sangue e metal.

- Eu não te dei este brinquedinho para você usá-lo assim.

Com um movimento grotescamente forte da mão, ele bateu a serra na parede, a fazendo em pedaços como se fosse de porcelana. Pedaços de metal voaram para todos os lados.
Largou o que restou do motor no chão, e se ajoelhou próximo de Ainslie, o rosto cruel, pinçando-a na parede. Ela recomeçou a chorar, soluçando:

- Eu te considerava como meu pai, Conde. Esse era o único motivo por que eu era tão fiel. Eu te amava.

- Eu sou seu pai.

O Conde a ergueu do chão pela gola do colete, sorrindo.

- E seu dono. E seu ningyoushi (titereiro). E por amor estou fazendo isso...Ain-pon.

O Conde a lançou no ar, e correu em direção dela em uma velocidade tão grande que era impossível prever seus movimentos. Com o dorso da espada, ele atingiu seu corpo fortemente, fazendo com que ela fosse jogada contra a parede, com tamanha violência que os azulejos roxos e rosas que cobriam estas se quebraram todos. Ainslie caiu de joelhos no chão. Vomitou sangue, desta vez por muitos segundos, o nariz sangrando também. Um filete de sangue quente desceu por sua coxa, grosso, até manchar as meias três-oitavos de ouji que vestiam suas pernas. Não conseguia exergar nada. A voz intensa do Conde emergiu da escuridão:

- Vá para casa, Ain-pon.

Ela começou a gritar e chorar, arranhando o chão com suas unhas.
Os berros foram ouvidos em toda a cidade da Arca: "COOOOOOOOOONDEEEE, MALDITO SEJAAAAAA".

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Retornou ao palacete.
Sua visão tinha voltado, mas mal enxergava nada por causa das lágrimas que jorravam de seus olhos.
Seu corpo estava quebrado, enfaixado, ensangüentado.

Seus criados foram a seu auxílio, deseperados. O mordomo e as duas criadas a levaram até o quarto, erguendo-a do chão. Limparam suas feridas e trocaram as bandagens. Eles realmente eram muito queridos á ela - e agora, talvez as únicas pessoas em quem podia confiar.

No dia consegüinte, foi até o consultório geral apenas para ouvir palavras que reafirmavam o que já sabia:

"Ainslie...o bebê não está mais na sua barriga. Eu sinto muito."

Sentou-se no banco do hospital, quieta, a cabeça baixa. Um de seus criados lhe trouxe café, mas ela não quis tomar. Nos dias seguintes, não quis tomar nada, comer ou dormir.
Depois de uma semana ela organizou um velório para o bebê. Muitas pessoas haviam comparecido - a maioria, fofoqueiros que queriam comprovar o que havia sido espalhado sobre Ainslie Flamel ter engravidado e perdido o bebê em um "acidente". Mas a cerimônia foi solene, silenciosa. Mandou fazer uma pequena lápide e a colocar do lado das lápides de sua família. Mesmo depois de todos irem embora, ela ficou ali, sozinha, sentada á frente dos túmulos, sem dizer uma palavra.

A noite começava a cair.
Ela forçou um sorriso e disse para o nada:

- Ia ser uma menininha, sabe? Eu ia chamá-la de Melodi.

O shinigami se materializou ao lado dela, de cabeça baixa. Pela primeira vez não havia sequer sinal de um sorriso em seu rosto. A ruiva não olhava para a cara dele - não tinha coragem de fazê-lo, não depois de tudo. Ele levantou-se e tocou a lápide. Uma luz pálida brilhou na pedra escura e uma garotinha apareceu - era muito branca, com cabelos cinzas cacheados. Seus olhos eram cor-de-âmbar, lânguidos, o kanji "shi" gravado em uma de suas íris. Era uma criança linda, cujas feições lembravam absurdamente Ainslie quando criança. Ela sorriu para a ruiva, e tocou o topo de sua cabeça. Sua mão não tinha peso algum.

- Não chore. A culpa disso não foi sua. Eu não podia estar falando com você, mas Deus permitiu desta vez, abriu uma exceção. Ele vai cuidar de mim...mamãe.

Os lábios de Ainslie tremiam, mas ela não conseguia falar nada. Estendeu a mão para a criança, mas quando conseguiu tocá-la, ela se desfez como cinzas. Mortimer ainda estava sério, e virou as costas para Ainslie Flamel. A ruiva levantou-se e andou até a saída do cemitério sem dizer uma palavra, o olhar baixo. Não quis pegar um táxi, voltando a pé para casa. havia parado de passar mal e vomitar. Mas ela preferiria ter morrido - ela preferiria ter morrido diversas vezes do que ter que carregar este fardo.

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Era quase madrugada.
Os criados dormiam profundamente.
Na porta do palacete, uma espécie de limousine preta com o motor ainda roncando.

Uma surpresa que, a este ponto, não sabia julgar se era agradável ou desagradável.
Era Lau Soi Fong, parado. Suas vestes de seda voavam ao vento, as mangas escondendo as mãos.
Estava acompanhado de dois gêmeos chineses armados, e duas gêmeas chinesas que carregavam espadas.
Não parecia feliz - afinal, essa não era a primeira vez que ela o enviava para a prisão e ele tinha que dar um jeito de escapar. Mas isso não importava á ela. Nada importava a ela.
E a fúria do oriental viria a calhar numa hora como aquela. Ele disse, o tom de voz baixo, assim que Ainslie se aproximou e parou, permanecendo estática na frente do grupo:

- "Wo Mao" (algo parecido como "meu gato", "meu felino" em chinês.)

- Lau.

- Eu soube do que aconteceu, wo mao.

- Me mate.

O chinês não disse nada, somente se aproximou, estendendo a mão á ela. A ruiva virou o rosto, fazendo um "tch".

- Não finja que não está com raiva de mim. Ande logo e me mate, vai ser a melhor coisa que já vai ter feito na vida, Lau.

- Eu estou com raiva. Eu quero te matar, de fato, mas...

Se aproximou, segurando-a pelos ombros de leve. Um sorriso brotou em seus lábios e ele somente disse, em uma voz sussurrante: "Venha comigo". Ela não tinha como nem por que recusar. Uma hora ou outra iria irritá-lo o suficiente para que ele se enchesse de fúria. Essa hora TINHA que chegar. Desejava a morte mais do que qualquer coisa no mundo. Foram levados até uma grande construção da Chinatown Holandesa que lembrava um templo. Quando entraram, havia uma decoração feita de flores de antúrio, vermelhas como os cabelos de Ainslie Flamel. O cheiro suave de incenso era embriagante, bem como a música ambiente que estava sendo tocada em toda a grande construção. Uma inscrição em chinês dizia: "Á wo mao, melhor esposa, melhor mãe".

Ela não conseguia entender o que estava se passando.
Lau, enigmático, não disse sequer uma palavra sobre tudo aquilo.

Suas servas cuidaram de Ainslie Flamel, lhe dando banhos de ervas medicinais e perfumadas, analgésicas. Enrolaram-na num robe de linho e acompanharam-na pelos corredores infinitos do "templo". Lau estava lhe esperando no salão. O cheiro de ópio e a fumaça delicada do cachimbo formava anéis bonitos no ar. Deixaram os dois á sós.

- Por quê...?

- Minhas condolências por sua filha.

Ela se calou, sentando-se á frente dele, abaixando a cabeça e colocando as mãos sobre o próprio colo. Falou, em uma voz fraca e trêmula:

- A culpa dela ter morrido foi minha.

- Você cresceu, wo mao. Era uma criança, mas cresceu - a simples decisão, porém honrada que teve de carregar essa criança em seu ventre e não se livrar dela até o fim, como você havia feito com todos os seus problemas no passado. Eu te amei, agora lhe amo e respeito profundamente.

Ainslie não encontrava palavras em seus interior que fossem capaz de responder ou contradizer tudo aquilo que ele havia falado. As palavras de sua filha ecoaram em sua mente, como uma lembrança doce, e ela sorriu por um momento. Lau também sorriu, a chamando para perto de si com um gesto da mão. E pela primeira vez ela se aninnhou em seu colo voluntariamente, e ele envolveu-a com os braços, ainda segurando o cachimbo de ópio entre os dedos.

- Tenho certeza que você lutou por ela até o fim. Os deuses viram isso...então, acalme seu coração.

Ela adormeceu depois de muito tempo naquele salão, entre os cheiros adocicados de incenso e ópio.
Nos braços daquele que amava e odiava. Braços que jamais pensou que a confortariam.

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Não muito depois daquilo, ela se casou com o mafioso, tornando-se Ainslie Soi Fong. Por causa dos danos feitos ao seu útero, ela jamais poderia ter filhos novamente, mas Lau não lhe exigia nada.
Na véspera do casamento, cedidos lhe foram metade dos dotes da máfia chinesa européia, e se tornou o segundo maior nome na hierarquia da Black Lotus.

Com o poder que havia adquirido, formou uma sociedade secreta chamada Noah's Ark Circus, uma associação anárquica de descendentes de Noés e humanos que se opunham aos planos do Conde do Milênio. Com o simples objetivo de purificar outros noés.

E assim corrigir seus erros...e honrar Melodi.
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