Senkai Gakure - Hidden World - RPG
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 "Would you carry me to the end?"

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Anabelle S. V. da Gama

Anabelle S. V. da Gama


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MensagemAssunto: "Would you carry me to the end?"   "Would you carry me to the end?" Icon_minitimeQua Jul 21, 2010 6:18 pm

Temas (na ordem que eles parecem):





I don't know what's worth fighting for
Or why I have to scream
I don't know why I instigate
And say what I don't mean
I don't know how I got this way
I'll never be alright
So I'm
Breaking the habit
Breaking the habit
Tonight

I'll paint it on the walls
'Cause I'm the one at fault
I'll never fight again
And this is how it ends

- Breaking the Habits, Linkin Park.



Ela tinha sido torturada.Tinha sofrido e lutado pro algo que ela não entedia. Dois anos. Dois amargos anos. Já se passavam quase3 anos completos desde que aquele trágico dia mudara sua vida. Seu irmão se fora, e agora o que lhe restava eram restos e um céu, muito longe para se tentar alcançar.Mas como sempre, a vida segue. E ela teve que seguir.

Perdeu uma parte de si. Fez amigos. Perdeu amigos. Teve amores. E quase os perdeu. Mudou seu nome, esqueceu seu passado, abriu mão de tudo o que podia. Descobriu mentiras. Sofreu traições. E viu a morte de perto.

Dois longos anos, quase três. No caso dela a envelheceram mais que uma década.

Nesse curto tempo sua vida preto e branca foi manchada de vermelho.

Ainda podia lembrar claramente o dia em que arrastara mais alguém para seu inferno pessoal. A nausea e os desmaios haviam atrapalhado uma missão. Seu corpo, antes tão forte, agora relutava em ir para a batalha, como que se temesse. Temesse o que? Sua vida era vazia, era apenas uma casca se alma. Mas mesmo assim, o corpo pesava e relutava. E então, ela apagou. Quando voltou a si ela o viu. Sabia que cidadãos comuns não podia chegar nem perto dos prédios da Ordem, mas mesmo assim ele estava lá, afinal de contas, fora ele quem recebera a notícia.


Emergências são emergências, mas nada nunca traria ninguém a Ordem. Mesmo os Vinhais da Gama sendo aqueles que bancavam aquela guerra mais do que todos os outros. Mesmo seu nome e brasão sendo respeitados mesmo diante do papa.Mas hoje ele havia sido retirado de seu trabalho para aquilo. Anabelle, sua esposa, havia sofrido com algo. Por isso ele estava de pé diante do corpo dormente dela. As notícias ainda muito novas e muito frescas para serem assimiladas pela mente dele. Era uma bensão, mas então por que ele sentia tanto medo?


- "Você.."

Ela não queria ter acordado.

- "...está..."

Não pra essas palavras.

- "...grávida."

Por que essa simples frase assustava ela tanto? Talvez pela idéia de arrastar mais alguém pra esse inferno que ela chamava de vida.Isso não era possível. Não podia ser. O corpo ainda dormente se recusava a levantar completamente da maca mas os músculos da face se contorciam em um misto de despero, ódio, indignação, medo, angústia e outros sentimentos bem mais conflitantes.O que seria da sua vida - e da vida que dependia da dela - apartir dali? Ela obviamente teria que abandonar a Ordem por um tempo e depois se afastar da criança. Aquilo era um desastre.

O desastre se tornou maior pouco antes dela partir. As notícias pesavam em seu coração, o grupo que havia ido buscar a General Santa Mãe estava voltando, mas com um membro a menos.Ninguém poderia dizer que aquilo doeria tanto, ela mentira e escondera coisas, Anabelle não suportava isso, mas sua morte ainda doía. Descanse em paz, Ainslie.


Clutching my cure
I tightly lock the door
I try to catch my breath again
I hurt much more
Than anytime before
I had no options left again

I'm breaking the habits, tonight.



Haviam sido os piores e mais dificeis meses de sua vida. Fugindo de casa pra casa. Correndo de Akumas e ataques de Noés. Protegento como podia mas sendo sempre um peso, um fardo. Para Matt, Lucas, joss e todos os outros (incluindo os Crows que os protegiam). Ela se sintia impotente e inutil. Enquanto seu corpo crescia, sua força diminuia. Ela perdia o controle sobre si mesma. E sofria. Sofria cada dia mais.

Porém hoje era diferente, estavam em uma mansão da família, os 4, ela Joss, Lucas e Matt escondidos num subterrâneo que já estava caindo sobre a barrera dos Crows. Akumas e mais akumas esperavam por eles lá fora, mas até agora nenhum noé, ao menos isso. Os pedidos de ajuda a qualquer exorcista ao redor eram deseperados e o pior só começava. No meio da confusão ela entrava em trabalho de parto.

A correria incessante e as tentativas de melhorarem as coisas como podiam. Para a sorte deles um general havia ouvido suas súplicas. A Santa. Ela não era conhecida assim sem motivos. Os crows mortos foram trocados pelos dois que a acompanhavam e ela começava a lutar. Enquanto isso os gritos alucinantes, urros de dor de uma mulher deseperada ressovam. Anabelle não acreditava que podia gritar assim. Seu braço metálico quebrava tudo aquilo que pegava, ela amaldiçoava deus e o mundo. E os três homens ao redor dela faziam o melhor que podia. Foi nessa hora que Lucas provou a ela que os "cães dos Vinhais da Gama" eram realmente preparados para toda eu qualquer cituação. Foi ele quem, em uma cituação de risco e tensão, fez o parto de um garoto nomeado como o arcanjo a quem seu pai fizera a promessa pelo seu nascimento. Miguel Arcanjo Sant'Anna Vinhais da Gama.

Ao final do parto a general já matava a todos os akumas restantes e ela levou todos devolta a base. Já no hospital Anabelle teve que fazer uma decisão difícil. Ela teria que entreguar Miguel a Matt e mandalos embora para o mais longe dele o possível assim que pudesse voltar a treinar.E, relutante, foi o que ela fez. Matt reclamou e insistiu, mas no final, foi a voz do sempre observador e corente Lucas que trouxe razão para eles. E eles foram embroa, deixando Anabelle sozinha e, apesar das aparências, desolada e destruída por dentro. Foi aí que os pesadelos, começados no momento em que ela tomou essa decisam pioraram.

In sleep he sang to me
In dreams he came
That voice which calls to me
And speaks my name
And do i dream again
For now i find
The phantom of the opera is there
Inside my mind
- Phantom of the Opera


Torturantes, horrorizantes. Ela sentia como se algo ou alguém que tivesse sido libertado junto com seu filho agora estivesse arrbentando as amarras que a mantinham controlando seu corpo. Ela tomava controle e o inferno se tornava real. Um inferno pior do que qualquer coisa que ela jamais vira.

E eles saiam do plano dos sonhos. Ela perdia controle de seus instintos mais brutais e ia para cima de seus aliados em treinamentos, muito mais força do que era necessário e sua anti-akuma parecia gostar disso, aceitar.Ela já não se reconhecia mais. Quanto mais ela perdia controle, mais o poder da Syche of Chaos aumentava. A terceira lâmina agora livre e os ataques mais poderosos sob seu comando, mas tudo tem um custo, e eles a cançavam, e era quando ela cançava que ele se tornava mais e mais forte. E alguém além dela sabia disso, ela só não tinha conhecimento.

Pra dificultar mais a cituação, seu corpo e mente se juntavam para faze-la sentir culpada, se sentir um monstro. Afastando, matando, destruindo todos aqueles que amava.Causando dor e sofrimento. Seu filho nunca iria ve-la. Seu marido ira sofrer sem ela. Porque ela era um monstro. E assim o tempo passava, devagar e dolorosamente, enquanto ela se tornava cada vez menos ela, mais um monstro, perdendo o controle sobre si mesma, para aquilo que esperava em sua mente.

Sing once again with me
Our strange duet
My power over you
Grows stronger yet
And though you turn from me
To glance behind
The phantom of the opera is there
Inside your mind


Mas ela sabia, sabia que quando perdia a consciencia, coisas ruins aconteciam. Coisas péssimas, todos estavam se afastando dela, todos. Com medo, receio. Ela só não podia ter idéia de que. Só sabia que no meio das missões ela se perdia, perdia o controle de si, e era isso que ela temia.Por que não demorava muito e tudo começava a piorar.Não demorava muito e ela se perdia, perdia o controle perdia a identidade, perdia tudo.
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Ainslie Flamel

Ainslie Flamel


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MensagemAssunto: Re: "Would you carry me to the end?"   "Would you carry me to the end?" Icon_minitimeSáb Jul 24, 2010 1:38 am

Nada do que eu digo é correto
Não consigo amar sem antes lutar
Ninguém nunca lembra-se de meu nome
Quando quero que faça sol, chove


Estou farta dessa perda de tempo
Mas nada muda na minha cabeça
A inspiração não pode ser encontrada
Eu me levanto e caio, mas...

Estou viva! Estou viva! Oh, sim!
Entre o bem e o mal é onde você irá me encontrar.

- "I'm Alive", Becca.


"Acorde".

Era uma voz que parecia o sussurro de um sonho.
Não conseguia abrir os olhos. Seu corpo estava pesado e imóvel, frio e rente como uma tábua. A única coisa que sentia era um gosto metálico na boca, como sangue.

"Minha pequena, acorde".

Um toque quente sobre a pele de sua face esquerda. Era como se derramassem uma brasa tirada das fornalhas e deixassem cair sobre seu rosto. Sentiu um refluxo vir a si, como uma pessoa que sai das águas e é levada á superfície para respirar, tomando um fôlego grande de ar.

Tossiu algumas vezes, então abrindo os olhos. Sua visão estava embaçadíssima, o mundo ao redor como se fosse um sonho. Se deu conta que seus óculos não estavam no lugar que deveriam estar, e isso provavelmente fosse a razão de não estar enxergando absolutamente nada. Tateou o rosto, o peito e os arredores por ele, até que uma mão gentil os colocou em seus olhos, ajustando o aro em seu nariz comprido e empinado.

A primeira coisa que viu foi o rosto sorridente e pleno de Adam a sua frente.
Deu um pulo - estava em uma cama de uma espécie de enfermaria, banhada de luz por todos os lados. O primeiro apótolo de Noé estava sentado em uma das pontas desta, vestindo branco dos pés a cabeça num aspecto ironicamente angelical.

- Fique calma, Ain-pon. Ou seus machucados vão abrir todos. -

O apóstolo tocou a mão dela, gesto ao qual ela recolheu a mão de volta aterrorizada, encolhendo-se no canto oposto a onde ele estava. Seus lábios estavam entreabertos, como se estivesse buscando algo no fundo de sua garganta e se encontrando incapaz de proferí-lo. Palavras que eram como um osso seco atravessado de um lado a outro.

"Conde? Arca? O que diabos??", ela olhou ao redor com desespero na expressão. Começava a sentir uma dor lancinante em várias partes do corpo - percebeu enfim que estava completamente enfaixada, e alguns pontos de seus membros ainda sangravam por baixo das bandagens e tinham sua movimentação limitada.

- O...q....q......... - ela conseguiu tossir fracamente essas meias-sílabas.

- Não se recorda de nada, Ain-pon? A missão? -

O coração dela bateu forte como se fosse parar.
Sua mão deslizou até a boca. De repente ela se lembrava de tudo.
A Ordem. A traição ao Conde do Milênio. A missão na Índia pela general exorcista.
Haviam lhe deixado para morrer. Não, não, haviam lhe matado. Aquelas feridas que cobriam suas costas e braços provinham da lâmina do israelita enfurecido. Não compreendia - tinha certeza que a vida havia deixado o seu corpo naquele momento.

Mas aquele era o Conde do Milênio.
Ele manipulava morte e vida naquelas mãos carniceiras como se estas fossem seu brinquedo. E a sua marionete preferida, isso era óbvio como preto no branco, era a ruiva de olhos que eram simplesmente tristeza naquele momento.

- Por que...? - ela enfim teve coragem e encará-lo diretamente. Aqueles olhos de coloração semelhante se encontraram, ouro e ouro se combatendo por um breve instante.

Aquela tensão foi quebrada com uma risada potente e escarninha da parte do apóstolo. Ele a abraçou com delicadeza, reclinando o seu rosto chocado contra seu peito largo. O cheiro de cardamomo e baunilha que lhe acordava a todas as manhãs desde a morte de seus pais. O cheiro que precedeu a maior desgraça de sua miserável, pífia existência.

- Eu não podia deixar minha criança padecer desta forma. - inflou-se e começou a recitar trechos da parábola do Filho Pródigo em um tom de deboche. - "E, levantando-se foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemos-nos ; porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado".

Com toda a força que podia juntar naquele momento de enfraquecimento psicológico e físico, ela enganchou as mãos no tecido das roupagens de Adam e o empurrou para longe de si. O máximo que conseguiu foi que ele se desequilibrasse um pouco, bambeando, desvencilhando-se dela. Os dentes pontiagudos como as presas de um felino cerraram-se fortemente. Um ponto de sangue brotou de seus lábios, escorrendo pelo seu queixo.

- Fique longe de mim. Assassino. -

- Eu salvei a sua vida naquela ocasião, Ain-pon. Por mais que não compreenda isso. -

O Conde se ergueu em sua coluna, em pé, deslizando a mão pela cabeceira da cama. A primogênita lhe perseguia com os olhos. Ao mesmo tempo, sua atenção estava nestes pensamentos: Por que tentaram a matar, quando ela abrira mão de sua vida inteira pelo propósito ditado pela Ordem? Mesmo que por medo? Mesmo depois de tentar proteger a todos naquela missão? A feriram e lhe deixaram para morrer.

Um soluço.

E Anabelle?
Ela não veio procurá-la?

A consciência de algo aterrorizante lhe veio a mente.
Não importasse quem fosse, sob qual circunstância, ela jamais seria desejada.
Sua existência era algo que amaldiçoava intensamente as pessoas.
Talvez fosse um demônio, como seu pai sempre lhe conclamava ser em sua infância.

E o mais aterrorizante de todos estes pensamentos era: O lugar dela era ali.

Naquela arca demoníaca.
Desejada somente pelo seu títere maldito, o Conde do Milênio.

Submetida a este turbilhão de idéias subitas, ela cobriu sua boca com as duas mãos, dando um soluço seco. Sentiu a ponta afiada de sua inocência roçar a própria pele, aquelas garras feitas da mais pura prata, tão plena e brilhante que refletia a luz que entrava pelas janelas escancaradas do quarto branco de hospital.

Aquele dia tão reluzente e belo soava até como ironia.

Por mais que seu peito chamejasse, o coração batendo tão forte que audível, ela tentou não perder as forças. Se moveu até a ponta da cama, reclinando a cabeça quase entra as pernas para esconder as lágrimas que começavam a correr como cachoeiras debaixo de seus olhos. Sua longa franja de cabelos tão vermelhos quanto sangue reluziam belamente também no sol.

- Ninguém veio por mim, Adam? -

O apóstolo tombou sua cabeça de lado, numa expressão docemente confusa, e pareceu dar um "click", teatralmente esboçando um sorriso de satisfação e levantando o dedo indicador.

- Você fala de Anabelle? Ora... - ergueu o queixo. - Você não acreditou mesmo que ela se importava com você, não é mesmo, Ain-pon? Por Deus...estava tão claro que o único motivo pelo qual ela se vinculou a você era...

- Era? -

- ....porque você era fraca e vulnerável. E isso favorecia o ego dela. -

Com um movimento ousado, ela desferiu um golpe forte contra o rosto do apóstolo, o ferindo com as garras de inocência no comprimento que vinha de sua bochecha até o nariz. Ele segurou o pulso dela com uma força firme, olhando-a no rosto.

- MENTIROSO!

O rosto dela se retorceu em uma expressão quase bestial. Sentia seus pelos todos eriçarem como os de um gato atiçado pelo perigo. Mas o apóstolo negro, o Conde do Milênio, Adam, ele apenas sorria inabalavemente, mesmo com filetes de sangue lhe escorrendo pelas faces e lábios. Continuou a falar, firme:

- Ain-pon. Você passou 7 meses desacordada. E eles sequer quiseram lhe dar como morta e lhe construir um túmulo. -

- P-pare! - levou a mão livre até o rosto. - De-demônio!

- Eu? Não...eu sou um apóstolo de Deus. Eu lhe perdoei por seus erros e quero-a de volta, protegê-la...Os demônios são aqueles que vestem das crests do Vaticano, que sujam o mundo com sua mesquinhez. Seu egoísmo. Seus pecados. -

Ela não queria ouvir aquelas palavras. Ela não queria estar ali.
Ela não queria pensar mais. Ela não queria morrer mais por dentro.
Mas cada sílaba do apóstolo lhe atingia o coração como flechas de fogo.

O homem corpulento e forte lhe segurou as bochechas e sorriu meigamente, afastando os cabelos que colavam na testa pelo suor frio. Encostou sua fronte na de sua "criança" e falou com a firmeza que um pai fala ao seu filho querido.

- O seu lugar...é aqui... Ainslie Flamel. -

A chamou pelo nome original como se a batizando. A fazendo renascer no ser original que era - a Noé dos Sonhos e Insanidade, Ainslie Flamel, a ponte. Ela meneava a cabeça negativamente várias vezes. Não aceitaria. Não aceitaria aquela verdade.

- A propósito, Ain-pon. - ele abriu um sorriso. - Já se indagou onde sua preciosa amiga está agora?

- Eh......? -

Com um movimento quase maestral de seu dedo, abriu um fenda dimensional na qual se refletiam cenas de uma outra realidade. Uma tela construída no nada, na qual a cena contemplada fizeram que os olhos de Ainslie tomassem o tamanho de duas maçanetas. Não podia acreditar no que via.

Anabelle estava tendo um bebê. Que era entregado aos braços carinhosos de Matt.
Um lindo filho ao qual batizaram com o nome de um anjo.

Os punhos dela se cerraram. Então era isso, Anabelle? Estava ocupada em sua lua-de-mel com seu adorado ruivo enquanto o inferno se abria aos seus pés? Estava ocupada demais pra sequer pensar em sua morte? Os lábios dela arrebentavam, mordidos com força, tingindo-se do sangue escarlate. Passou a língua por eles, fazendo silêncio por alguns segundos, a cabeça inlinando-se como se tivesse saído do ar. A respiração lenta e forte era o som quase erótico que tomava conta do quarto, ecoando no espaço vazio.

Como era tola.

- É engraçado como quem menos merece é que alcança a felicidade, não é verdade, minha pequena? -

A garota ruiva grunhiu e avançou no apóstolo.
O agarrou pela gravata, puxando-o pra perto de si. Seu rosto, ainda tombado para baixo, rasgou-se em um sorriso de orelha a orelha. Deixou escapar um "tsc" de escarnio enquanto puxava o homem para perto de si quase até seus corpos se encostarem.

Uma pequena risada.
Outra. E outra, e outra, e outra, sendo derramadas uma a uma como gotinhas.
Desafinou em uma gargalhada alta e descontrolada. Ergueu o rosto, os olhos como duas meia-luas cor-de-ouro. O homem de branco afagou seus cabelos, sussurrando sedutiva e carinhosamente.

- Bem-vinda de volta. -

Largou o Conde com um solavanco violento e ficou em pé sobre os pés bambos.
Olhou para suas duas mãos, as fechando e abrindo, sentindo as juntas estalarem pelo metal que lhe cobria os ossos e articulações. Ainda rindo, fechou os dentes ao redor de uma das compridas unhas prateadas e começava a puxá-la com a mandíbula. Quebrou-a com um espasmo quase posesso de sua cabeça. O sangue jorrou de seu dedo agoniosamente.

Repetiu a mesma coisa com todas as outras. Uma a uma. Gania de dor e ria ao mesmo tempo em um som que parecia ser o lamento torturoso de uma assombração.
As garras faziam um som fino e oco ao atingirem o assoalho.

Aquele chão branco e imaculado começava a ser tingido de vermelho.
Vermelho sensual. Aquele cheiro embriagante.
O sangue em jatos, artístico, belo.

Com as mãos ensanguentadas, ela virou para o apóstolo com um olhar lânguido, as sobrancelhas franzidas em uma expressão que era sarcasmo e insanidade miscigenadas homogeneamente.

Ele batia palmas como se vendo um espetáculo. Abriu seu sobretudo branco, tirando de lá as velhas roupas da garota - o sobretudo vermelho e preto, o colete, as roupas masculinas e dandyes e as luvas negras que muitas vezes tiveram suas cores reforçadas pelo sangue de inocentes e pelo negro de seu desespero. Caminhou até a garota, a vestindo como quem veste a uma boneca, peça por peça, em um cuidado que era quase uma carícia.

Por fim, deslizou as mãos por seu pescoço.

- Falta apenas uma coisa. -

Desamarrou lentamente a fita de seus cabelos, libertando os fios longuíssimos, como um mar de sangue para voarem no vento delicado que entrava pelas janelas. Sussurrou no seu ouvido: "Belos como as rosas criminosas..."

- "...que mancham o seio virgem dos campos". - a ruiva replicou, completando a sentença que fora o primeiro elogio que o apóstolo lhe fez quando se conheceram. Quando havia se entregado para ser envolvida docemente pelas trevas.

- Você está pronta. -

Bateu palmas novamente. Dois servos akumas traziam um objeto enorme enrolado em seda vermelha. O revelaram, ajoelhando-se a frente da garota.

Satsugai.

Sua lâmina era como um espelho limpo, as pontas como as garras potentes de um leão, encurvadas, afiadas. Olhou para si mesma naquele reflexo, o rosto manchado de sangue. Manteve seu olhar fixo naquela imagem por alguns segundos, um sorriso adornando os lábios. De súbito, os estigmas voltaram a sua fronte.

E algo que fez até o Conde estremecer em temor e extase.
Os dois akumas foram envolvidos em chamas, queimando dolorosamente enquanto gritavam. Foram poucos segundos até que eles se desfizessem completamente em cinzas.
A motoserra atingiu o chão sonoramente, sendo pega pelas mãos falsamente frágeis da ruiva. O ronco do motor deu continuidade à nota agoniosa dos gritos que ainda ecoavam na grande sala.

- Estou pronta para o inferno. Ha-ku-sha-ku... - se riu, passando a língua entre os lábios. - E irei devorar as almas dos exorcistas demoniacamente até o ultimo pedaço.

Partiu em nome de seu títere maldito, seguida pelas chamas de hades. Rumo a escuridão incessante e enlouquecedora. Aquela escuridão tão aconchegante quanto os braços de sua mãe, da qual jamais poderia escapar.
Beberia do cálice vermelho mais uma vez. E a fonte de baco que lhe mancharia os lábios de sangue:

A Ordem Negra.

A ruiva partiu em um dos portais dimensionais da arca, sendo seguida por seis akumas nível 4, estendendo suas asas vermelhas como as de um demônio escarlate, a caminho da construção que fora o divisor de águas entre o bem e o mal em sua alma deturpada.
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Anabelle S. V. da Gama

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MensagemAssunto: Re: "Would you carry me to the end?"   "Would you carry me to the end?" Icon_minitimeDom Ago 08, 2010 1:12 am

Com o passar dos anos o corpo feminino e a pele morena ganharam uma aparência mais rudimentar. Os músculos dos longos braços, apesar de ainda magros, eram fortes o suficiente que só um golpe deles já era um perigo. Os dedos magros e longos em mãos magras e habilidosas, e pernas longuíssimas mais que acostumadas a suportar quedas impensáveis. Sua pele perdera o brilho e mostrava cicatrizes cruéis. Ela se sentia como se tornasse menos humana.

E a cada dia ela se tornava menos ela.

Cada sonho se tornava mais aterrorisante, cada vez que ela perdia o controle ela sentia que tomava um passo em direção a um abismo sem fundo. E seu tempo estava acabando.Ela podia sentir o miasma que surgia da própia respiração. pesado e denso, a sensação de quem carrega um monstro escondido em suas sombrars mais profundas, nas partes mais dolorosas de sua alma, se alimentando de seu sofrimento.

Era só mais um dia na Ordem, mais um dia para a Ordem. Para todos os exorcistas eram 24 horas. Só isso. Para ela era mais um dia no inferno. Minutos que são como meses, horas como anos. Já passara muitas noites em claro com seu sofrimento, prantos dolorosos e no seu ponto alto se tornavam urros primais de uma fera machucada e ensanguentada que cheia de dor só fazia esperar a hora da morte.

Ela imaginava como a "sua família" estaria agora. Seu filho que nunca iria ve-la. Seu marido a quem ela teve que expulsar de sua vida para o bem dele. Com certeza estariam melhores que ela. Melhor que sua inútil carcaça a espera dos abutres. A espera do fim desse sofrimento. Desde aquele dia, ela só lutava e treinava e se afogava em seu "trabalho". Não haviam mais opções. Não haviam mais chances.

Aquele dia começara como outro qualquer em sua rotina.Levantar e se juntar a todos os outros enquanto seguiam suas rotinas com seu café. Depois voltar a treinar caso não houvesse missão. Ela iria treinar o dia inteiro e tentar não pensar naquilo que machucava. Na distância de sua família, na morte súbita (e agora já era quase um ano) da morte da sua única amiga. Nas dores e no terror daquilo que vivia dentro dela, sussurrando para ela.

Foi enquanto ela suava e treinava como louca que a atmosfera ficou tensa. Dentro da larga sala de treinamento, enhum barulho vinha de fora, mas a experiencia lhe dizia para agir por si só. Ao sair, pode ouvir os gritos e a comoção vindos dos outros lugares do prédio. Era um ataque direto a Ordem. Ela só não sabia que não acreditaria naquilo que viria diante de seus olhos.

Não imaginava em seus pesadelos tanta destruição. As imponentes paredes do prédio da Ordem tremiam com a ferida aberta, o rombo do qual entrava o vento gélido. As faces horrorizadas das pessoas e seus gritos. Akumas nível 4, a situação ia de mal a pior. Mas no meio do caos algo chamou a atenção dela. Quando um flash de conhecimento passou quase despercebido pela sua mente, aquela voz começou a sussurrar denovo para ela, e ela sabia: o inferno só estava por começar.
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Ainslie Flamel

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MensagemAssunto: Re: "Would you carry me to the end?"   "Would you carry me to the end?" Icon_minitimeTer Ago 17, 2010 4:42 pm


Tema [perdão pelo video de você sabe o que, mas ele tá traduzido então whatever]:




O ataque havia sido bem sucedisíssimo.
Os akumas davam conta dos sistemas de defesa da construção enquanto ela mesma abria caminho com a inquebrável Satsugai, que era uma arma feita de pura matéria negra. Concreto, ferro e cimento eram facilmente esfarelados por sua lâmina.

Déja vu. Já havia feito aquilo antes. Mas agora ela não mais ligava para suas memórias.
Não ligava mais para o que abrandou-lhe a insanidade daquela vez, e isso era claro em seu rosto de sorriso fixo e sua fronte de estigmas chamejantes como se gravados em sua testa à ferro.

Ela nunca desejara tanto provar do sangue de outrem como desejava agora.
Não desejou-o tão intensamente nem mesmo quando se afiliou ao Conde do Milênio contra os assassinos de seus pais. A vingança aquecia seu coração como um abraço, enquanto avançava lentamente pelos corredores, em um vôo levitante.

Suas asas de longa envergadura, também feitas de matéria negra em sua pura essência, eram mais do que o suficiente para varrer os selos mágicos que os crows tentavam usar como bloqueio ao seu ataque. Sempre a menosprezaram, sua vida inteira. A menosprezaram quando Noé e quando Exorcista.

Mas ela era a noé primogênita, a mais antiga e mais fiel - consequentemente, a mais poderosa de todas. Iria deixar isso claro, manchado de vermelho nas paredes da Ordem Negra. Agora era como um deus da morte, escolhendo divertidamente quem levar ás profundezas de hades primeiro. Sua motoserra era como sua ceifa de almas.

O número de crows aumentava significativamente, alguns exorcistas recém chegados investindo contra os akumas. Inefetivos. Alarmes soavam nos quatro cantos da construção, anunciando a tragédia que havia lhe violado as paredes.

Ainda mais tolos foram quando tentaram atacá-la.
Levou as mãos até os lábios, rindo maniacamente, os olhos âmbar semi-cerrados e lânguidos como costumavam sempre ser. Ergueu sua voz masculina e forte e recitou, entre os gritos agoniosos e desesperados de suas vítimas:

O fogo que na branda cera ardia,
Vendo o rosto gentil que na alma vejo.
Se acendeu de outro fogo do desejo,
Por alcançar a luz que vence o dia.

Como de dois ardores se incendia,
Da grande impaciência fez despejo,
E, remetendo com furor sobejo,
Vos foi beijar na parte onde se via.

Ditosa aquela flama, que se atreve
Apagar seus ardores e tormentos
Na vista do que o mundo tremer deve!

Namoram-se, Senhora, os Elementos
De vós, e queima o fogo aquela nave
Que queima corações e pensamentos.


Entre sílabas gentis dos versos de Camões, seus punhos que antes detinham inocências envolveram-se de vermelho. As luvas negras de pelica desintegraram-se de seus dedos, queimadas por chamas rubras como rosas de fogo. Aquele metal que ainda havia em suas unhas começava a derreter e escorrer por seus pulsos, ferindo sua pele. Mas o êxtase que sentia era anestésico. Não sentia mais nada.

Ao fim do recitar, abriu as mãos e soltou um gargalhar terrível, digno de um demônio de insanidade, envolvendo-se completamente em fogo. Satsugai atingiu o chão sonoramente, também ardendo em fogo. As chamas implodiram a seu corpo, e então explodiram, uma parede de fogo ardente que foi jogada contra seus adversários.
As paredes de pedra gelada enegesceram-se, carbonizadas, corredores em chamas.

Uma sinfonia de gritos de dor e desespero enquanto aquelas pessoas tentavam apagar de si o fogo que lhes queimava até a alma. A Noé observava tudo com uma admiração artística, sem se mover, apenas farfalhando as asas de penas escarlate como um pássaro gorgeiante e jubiloso. Era lindo.

O inferno que eles mereciam.
Lindo como a mais bela obra de arte do mundo.

Um a um, eles seriam consumidos pelas chamas da justiça divina.
A punição que aquelas almas desafortunadas mereciam estava ali, em Ainslie Flamel.

Porém seus olhos contemplaram algo que lhe fez engolir aquela admiração mórbida como uma pílula de cianureto. Seus olhos de longos cílios fixaram-se em um grupo de pessoas que se aproximou entre a destruição pela passagem da la de treinamento. E entre estas lá estava talvez a pessoa que mais desejava abater.

Anabelle Vinhais da Gama.

Sua expressão agora era como gelo entre as chamas. E seu olhar, lançado á exorcista, era uma estalactite ardente.
O castigo...
A dor...

As palavras que deixaram gravemente seus lábios, secas, enquanto ela apontava diretamente para aquela que acreditou por tanto tempo que era a única que se importara com ela. Um ponto vermelho acendia-se na ponta de seu indicador enquanto uma última lágrima descia por seus olhos inexpressivos:

- Queime de desespero.






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Anabelle S. V. da Gama

Anabelle S. V. da Gama


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MensagemAssunto: Re: "Would you carry me to the end?"   "Would you carry me to the end?" Icon_minitimeTer Jan 04, 2011 3:24 pm

Ele havia cruzado as defesas da Ordem. Havia passado horas em um tem, além de uma viagem de avião e caminhadas exaustivas para poder se encontrar com o Papa e forçar o brasão da família no rosto dele, lembrando que vem servindo a Igreja a gerações. Após tudo isso ainda teve que agüentar o resto da viagem até a Ordem. Cansado, estressado, preocupado. A angústia só crescia dentro dele. As imagens em sua mente, de novo e de novo e de novo. Um filme de horror, sua mulher desistindo dele e de seu filho. A Ordem tirando a esperança de suas vidas. Ele não iria desistir. Ele fez a dolorosa viagem até a Ordem sozinho.

Pra se deparar com isso.

A destruição que começara minutos depois de sua chegada. O tremor, todo o prédio havia estremecido, os gritos eram mais audíveis que qualquer som existente. Era o terror. E por que será que ele sentia que ela – Anabelle – devia estar no meio daquilo? Claro, ela sempre estava no meio da tragédia. Sempre. A passos largos ele se movia na direção contrária de todas as outras pessoas. O Crow que o acompanhara dentro da Ordem tentava puxa-lo para for dali, mas eram impossível. Ele corria na direção dos barulhos, mas, ao chegar lá, o que viu foi pior do que esperava.

Não era só a poeira, o sangue e a destruição. Um pedaço de pedra caiu por sobre eles, mas ele foi protegido pelo Crow. Tossindo muito e cobrindo nariz e boca com o braço, ele virou os olhos para cima, de onde vieram os destroços, só para ter uma visão do horror. Matheus tinha uma habilidade sem igual para ler e lembrar expressões, reconhecer pessoas era muito fácil para ele. Isso só piorou o que ele viu.

Ainda mais quando ela atacou Anabelle, do outro lado do lugar.

“Ela não vai conseguir...Se ela reconhecer...Maldição! ANABELLE! FOGE!





A destruição pela qual o imenso e imponente prédio da Ordem estava passando não tinha igual. Maria, que sempre pensara na Ordem como uma fortaleza impenetrável, e impossível de se fugir dela, agora via suas paredes queimarem. As pessoas lá embaixo queimavam tabém. Crows levantavam barreiras e usavam selos para parar o fogo. Os exorcistas estavam atordoados sem saber o que fazer. Ela levantou a cabeça e viu uma criatura, uma coisa, personificando o horro completo. A mão agarrando a ceifa e pronta para a atacar.

O rosto da jovem exorcista se contorcia em uma imagem do ódio e da fúria que crescia dentro de si. Ela só queria viver o que lhe restava de tempo sem grandes problems. Mas, primeior os pesadelos, agora isso. Qual era a do destino que sempre se dedicara a ferra a vida dela? Aquela figura ao longe aponto um dedo para ela. Mas o que...Então o grito.

“ANABELLE! FOGE!”

Matt? Mas o queele estava fazendo ali? Como ele entrara na Ordem? Por que naquele momento? E quanto ao Miguel, e ao Lucas? Por que ele não estava acompanhado do guarda costas que o seguia sempre? E por que ele não estava em chamas como todos os outros? Ao lado dele um Crow erguendo uma barreira de proteção. O desespero podia ser sentido em sua voz, nesse meio instante no qual ele o ouviu gritar antes de escapar de sua quase morte.

Ela se moveu, mais como se seu corpo tivesse agido por si só no momento em que sua mente viajou entre essas perguntas. Se jogando de lado e caindo no chão, o lugar no qual ela estava entrou em combustão, os Exorcistas ao redor sendo pegos no fogo. Ela logo se levantou e começou a correr. Em que direção não era o importante, mas algo lhe dizia que se ela ficasse parada em um só lugar ia ser queimada viva. Ela jogou a ceifa pra cima enquanto corria, depois usando a corrente para joga-la numa linha reta em direção aquela....aquela coisa. A Sycthe of Chaos pegando velocidade e congelando tudo em sua trajetória. As chamas se extinguindo no reino de gelo que era a área de controle da ceifa. Como um cometa com uma calda congelada a ceifa seguia sua direção, Maria havia parado para controla-la, confiando que a arma levaria só alguns segundos para chegar ao alvo e que seu corpo seria capaz de se esquivar mais uma vez, caso necessário.

- “Morra”
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